Política. Com aval do Planalto para substituir Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) tem buscado todas as forças da Casa para garantir unanimidade em torno de sua candidatura, negociando, inclusive, cargos para o PT na Mesa Diretora.

Segundo a Folha apurou, senadores petistas procuraram Eunício para saber se ele estaria disposto a adotar, na eleição de fevereiro, o critério da proporcionalidade para a distribuição de postos no comando do Senado. Em troca, receberia o apoio de pelo menos parte da bancada do principal partido de oposição ao governo de Michel Temer.

Para se eleger presidente da Casa, o senador precisa do voto de 41 dos 80 colegas. O PMDB de Eunício tem 18 parlamentares na Casa. O PT, partido da ex-presidente Dilma Rousseff, conta com 10.

Líder dos petistas no Senado, Humberto Costa (PT-PE) disse que a atitude da sigla é em defesa da proporcionalidade e que, caso o candidato do PMDB adote o critério, terá o apoio da bancada do PT.

"Em princípio, isso vai fazer com que a gente vote no nome que for sugerido pelo maior partido da Casa, o PMDB", disse Costa à Folha.

Ele pondera, porém, que o tema ainda não foi discutido a fundo com a bancada e que, se algum senador divergir do método, haverá debate.

"Mas creio que a tendência será respeitar o critério de proporcionalidade. Essa é a nossa prática mais comum."

Os petistas querem garantir o mínimo de poder para o partido em postos-chave no Senado, com a acomodação de servidores ligados à sigla em cargos da Mesa Diretora.

Outro membros do partido lembram que já abriram mão de muito espaço ao perderem a liderança do governo. Hoje, o PT ainda tem a primeira vice-presidência e a quarta secretaria da Mesa.              (Folha de São Paulo)

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