Mais de dez mil pés de maracujá já foram perdidos,
conforme associação.
Jati. Além de terem que conviver com a seca prolongada dos últimos cinco anos, o que representa o maior período de estiagem desde 1920 no Estado, agricultores de Carnaúba, na zona rural deste município, no Cariri cearense, estão contabilizando sucessivas perdas nos últimos meses devido a um problema na rede elétrica. De acordo com a Associação dos Irrigantes Raimundo Bezerra da Silva, mais de dez mil pés de maracujá já foram perdidos entre maio e novembro.
O agricultor Antônio Joaquim dos Santos, de 42 anos, explica que “desde maio a bomba de irrigação funciona com muita dificuldade devido a fraca força da energia”. Ele conta que “assim que a gente liga a bomba, ela logo dispara já que a energia não segura”. O problema, ainda segundo o agricultor, vai além. “Na nossa comunidade, nem os eletrodomésticos estão funcionando direito”.
Na plantação de Joaquim, além dos mais de mil pés de maracujás perdidos, ele contabiliza prejuízo com outras frutas. “Perdi dois mil pés de mamão, goiaba e a Coelce não resolve nosso problema”. No terreno em que trabalha Nilton Pereira da Silva, 29, os prejuízos são maiores. “Meu patrão tem mais de 200 tarefas. A gente planta feijão, banana, goiaba, maracujá e está difícil. Só de maracujá já perdemos mais de 7 mil pés”, relata.
O agricultor Antônio Aparecido de Araújo, morador da comunidade desde 1996, explica que “além da falta de chuva, nem mesmo a água dos poços está ajudando, já que a bomba não funciona”. Devido a problemática, Aparecido relata que já perdeu a safra completa de maracujá e “os pés de goiaba estão quase todos perdidos também”. Na comunidade de Carnaúba, há também plantação da banana, feijão, arroz e outras hortaliças. Todas, segundo os agricultores, prejudicas.
A associação afirma já ter procurado a Enel Distribuição Ceará, antiga Companhia Energética do Ceará (Coelce) “várias vezes” mas, até o momento, nada foi feito por parte do órgão. “A gente tem que acordar de madrugada, umas 2 horas, e ligar a bomba pra ver se tem um pouquinho mais de força já que a maioria dos eletrodomésticos estão desligados, mesmo assim, ela fica só disparando, sem força”, lamenta Antônio Joaquim.
Nossa reportagem tentou contato com a Enel mas não obtivemos retorno.     
 (Blog Diário Cariri)

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