Decisões que salvam vidas e mudam destinos.
FOTO: Raquel Oliveira
De 1977, quando foi realizado o primeiro transplante de órgãos no Ceará - uma doação de rim, - a 2016, pacientes e famílias contam com a evolução da Medicina e solidariedade de desconhecidos. Decisões que salvam vidas e mudam destinos. Neste ano, até o dia 18 de novembro, o número de procedimentos do tipo no Ceará já chegou a 1.618. Um recorde que supera todas as marcas alcançadas em anos anteriores. Um crescimento de 12,9% se comparado a 2015.

A projeção é que a diferença no número de transplantes de órgãos e tecidos - que hoje é de 185 - em relação a 2015, seja maior ainda, já que mais procedimentos deverão ser realizados até o fim deste mês e em dezembro. O Ceará atualmente realiza todos os tipos de transplantes e o número alcançado em 2016 já é superior à soma de todos os procedimentos feitos entre 1998 e 2003 no Estado.

Do total de procedimentos feitos neste ano, 251 foram de órgãos, sendo 217 de rim, 29 de coração e cinco de pulmão. Outros 1.198 foram de tecidos - 84 de medula óssea, sendo 62 autólogos (células do próprio paciente) e 22 alogênicos (infusão de células de um doador externo), 1.107 de córnea e sete de esclera (membrana do globo ocular). "O que impulsionou muito essa margem registrada neste ano, que está bem acima dos anos anteriores, foram os transplantes de córnea", diz a coordenadora da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Eliana Barbosa. Em 2016, já foram realizadas 276 cirurgias de córnea a mais do que em 2015, quando houve 831 transplantes do tipo.

A abertura de mais dois bancos de olhos no Estado neste ano, um na Capital e outro em Sobral, tem, segundo Eliana, favorecido o melhor aproveitamento das doações do tipo. Além disso, a Capital conta com o banco de olhos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF).

Conforme a coordenadora, a estratégia de implantação do núcleo de captação de córneas na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) também tem colaborado para o aumento do índice positivo. Antes, explica ela, os tecidos de pessoas que morriam e não passavam por hospitais, não eram aproveitados. "Não estava sendo oferecida para a família a oportunidade da doação. Não conseguíamos chegar nestas famílias, e agora já estamos conseguindo", explica.

Doações

De acordo com a Sesa, a lista de espera por transplantes tem atualmente 751 pacientes ativos. Destes, 12 aguardam por doação de coração, 149 de fígado, sete de pâncreas/rim, cinco de pulmão e 97 de córnea. "Mesmo com todo o aumento, temos ainda um potencial de crescimento para efetuar", reforça Eliana. A taxa elevada de negativa familiar, entre 38% e 40% no Estado, deve, conforme a coordenadora, chegar a 20% para ser considerada equilibrada.

Para estimular esse tipo de doação e sensibilizar a sociedade, a Fundação Edson Queiroz realiza a Campanha Doe de Coração. Neste ano, a iniciativa, que tem ênfase no mês de setembro, chegou à 14ª edição. A ação é reconhecida pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) como um forma de incentivo à doação voluntária.                      (Diário do Nordeste)

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