Com os novos mandatos dos prefeitos entre 2017 e 2020, cobranças como o ajuste definitivo à Política Nacional de Resíduos Sólidos é uma crescente no Cariri. Sancionada em 2 de agosto de 2010, a PNRS determina ações como a extinção dos lixões e sua substituição por aterros sanitários, além da implantação da reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e coleta seletiva nos municípios. A lei dava prazo de quatro anos para que as cidades se adequassem à lei, ou seja, deveriam estar em prática desde 2014.

A realidade, no entanto, é bem diferente. Em Barbalha, a queima dos rejeitos e a fumaça continuam a incomodar não só os moradores mais próximos ao lixão, como quem reside na área urbana da cidade. Na última terça-feira (22), durante o show do cantor Alceu Valença, no Parque da Cidade, a fumaça não só invadiu o local, como foi motivo de diversas queixas. Para solucionar a problemática, o prefeito eleito Argemiro Sampaio (PSDB) propõe algumas estratégias. “Eu tenho um sonho de conseguir o Selo Verde, até porque aumenta em 3% o FPM do Município, mas, para isso, tenho que resolver o impasse da construção do aterro, já que o atual prefeito garante que deixará o recurso em conta judicial. O impasse passa pela regularização documental e impede o início das obras. Enquanto isso, o trabalho da Administração será constante para se evitar as queimas e fumaça do lixão, que está em terreno particular. Trabalharemos com coleta seletiva, educação ambiental, moeda verde, parcerias com as ONGs, etc.”, pretende Argemiro.

Em Crato, a situação não é muito diferente. Recentemente, o Ministério Público Estadual foi acionado pelos moradores do entorno do lixão, para que o órgão obrigasse a Prefeitura a sanar o problema. O prefeito eleito Ailton Brasil (PP) afirma que iniciou conversa com o prefeito eleito em Juazeiro, Arnon Bezerra, no intuito de restabelecer o projeto de um aterro sanitário consorciado. O gestor disse que, antes, pretende conhecer experiências em outros municípios que estão dando certo. Sistematizar a coleta seletiva com ECOPONTOS e trabalhar com o fortalecimento das cooperativas de catadores.

Já o gestor eleito, Arnon Bezerra (PTB), critica os motivos pelos quais o problema ainda não foi solucionado. “Tivemos problemas de vaidade de alguns prefeitos que rejeitaram o aterro em seu Município. Isso não desmerece ninguém. Através dele é possível termos uma indústria que se gera emprego, renda, energia e dividendos. Já conversei com o prefeito eleito de Crato, Zé Ailton, para darmos força a esse projeto. E, se tiver que vim para Juazeiro, acolheremos sim. A prioridade é resgatar o projeto intermunicipal, porque é mais atrativo às empresas de processamento de resíduos sólidos. Juazeiro vai pleitear o aterro até porque sai ganhando com o desenvolvimento local”.        (Jornal do Cariri)

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