Houve um tempo em que os pacientes tiravam dúvidas com os médicos em ligações telefônicas nos casos mais urgentes. Isso está mudando. Na era da interação digital, os doutores estão ainda mais próximos dos enfermos seja por mensagens de áudio, vídeo ou texto. E é o tempo todo. Pelo WhatsApp, a conversa pode ser ainda mais fácil, mas também pode dar muita dor de cabeça a quem se dispõe a cuidar além das paredes dos consultórios.

O médico Sandro Salgueiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia seção Ceará (SBC-CE), percebeu que a presença dos pacientes pelo aplicativo de troca de mensagens se ampliou nos últimos tempos. Sobre isso, ele é cauteloso. Como deve ser.

Salgueiro faz questão de traçar a diferença entre uma consulta e uma orientação médica trivial. O primeiro caso só pode ser feito na presença do paciente, diante do especialista “Uma coisa é o paciente chegar em uma farmácia e tirar uma dúvida sobre determinado medicamento via WhatsApp, outra é dar diagnóstico (pelo aplicativo). Não se deve comprometer a segurança do paciente”, demarca.

Entre os cardiologistas, ele diz, há espécie de consenso sobre o uso do aplicativo. Só pode ser usado em casos de pequenas orientações ou tira-dúvidas. Nada de consultar pelos mecanismos digitais. “Os pacientes em tratamento, às vezes, estão em um aniversário e perguntam pelo WhatsApp se podem tomar uma taça de vinho, por exemplo. Isso pode ser dito”, cita. A interação de medicamentos com outros receitados por especialistas diferentes também é uma dúvida simples que pode ser resolvida sem a necessidade de ir ao consultório.

Mas existem pacientes que, pela facilidade do contato, extrapolam limites. Há quem busque respostas imediatas sobre uma condição de saúde informada por fotos, áudios ou vídeos. Esse tipo de procedimento, Salgueiro demarca, não deve basear uma orientação médica. “A sugestão nesses casos é procurar uma emergência”, comenta.                      (O Povo)

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