Essa condição é a mais cruel por provocar perdas de
pastagem, escassez de água nos reservatórios e criar
situações de emergência. FOTO: Camila de Almeida
O Ceará registrou de outubro para novembro um avanço de 2,53% de seca excepcional em seu território. Com isto, 58,02% do Estado estava nesta condição de estiagem que é considerada a mais cruel por provocar perdas de pastagem generalizadas, escassez de água nos reservatórios, córregos e poços de água e criar situações de emergência. Os dados constam no relatório do Monitor de Secas do Nordeste, divulgado ontem. Com este cenário, o Ceará atingiu em novembro de 2016 o maior índice de seca excepcional desde que o monitoramento começou a realizado em julho de 2014.

O Mapa é feito em regime de cooperação técnica entre a Agência Nacional de Águas (ANA), o Ministério da Integração Nacional (MI), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com órgãos estaduais - no caso do Ceará, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) - e apontou que 100% do território cearense registra algum nível de estiagem atualmente.

Cenário

A seca extrema, que gera grandes perdas na agricultura e também restrição ou falta de água generalizada (e é um nível anterior ao excepcional) afetou, em novembro, 87,75% do Ceará. Um avanço de 8,23% em relação ao mês anterior.

A ampliação da seca excepcional, em 2016, tem ocorrido de forma gradativa. Em julho, 7,5% da área territorial estava nesta condição, enquanto o índice atual é de 58,02%. No histórico do Monitor de Secas, um cenário semelhante ao de novembro deste ano (com mais da metade do Estado afetado por esse tipo de estiagem) só foi verificado em outubro deste ano (55,49%) e dezembro de 2015 (53,8%).

Esta condição, explica o meteorologista da Funceme, Raul Fritz, "é um efeito cumulativo da seca prolongada que afeta o Ceará há cinco anos". No entanto, apesar do atual cenário ser de severidade e alerta, a perspectiva, informa Fritz, é que o mapa de dezembro seja mais ameno no Nordeste.

Esta melhoria é prevista devido à possibilidade de chuvas da pré-estação chuvosa, que começa na segunda quinzena de dezembro e estende-se o início de janeiro. A projeção aplica-se apesar das chuvas deste período serem consideradas pequenas. "Se continuar a tendência do vórtice ciclônico é possível que haja um cenário melhor, mas a melhora não vai ser sentida de forma rápida porque há um tempo de reação da natureza. Como o solo está muito seco, vai demorar um certo tempo para mudar".

Segundo a Funceme, em dezembro, a média mensal de chuvas no Ceará é de 32mm. Nas últimas 48h, choveu 12mm. A tendência, segundo ele, é que as precipitações deste mês comecem pela região Sul no Ceará.               (Diário do Nordeste)

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