O Ceará enfrenta um cenário epidêmico da febre chikungunya. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o Estado soma 28,5 mil casos confirmados da doença, transmitida pela mosquito Aedes aegypti, com 15 óbitos.

São, em média, 2,3 mil ocorrências por mês ou 77 diariamente. Só se ter uma ideia do avanço da enfermidade, no mês passado, eram 26,4 mil casos, com 14 mortes. Em um mês são mais de 2,1 mil pessoas atingidas. Das mortes, Fortaleza tem nove, Quixadá, com duas e Crateús, com uma.

Ainda segundo o boletim, a incidência também aumentou. Em novembro passado, eram 499,8 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Agora, esse dado subiu para 526,6 em relação ao mesmo número de pessoas.

A Sesa chama atenção para os municípios de Novas Russas, com taxa de incidência de 3.658 para cada 100 mil/hab; Pentecoste com 1.832 confirmação para o mesmo grupo de pessoas; Crateús, com 1.656; Campos Sales, com 1.574; Quixadá, com 1.416; Capistrano, com 1.337; Hidrolândia, com 1.326; Quixeramobim, com 1.284; Assaré, com 1.068 e Martinópole, com 1.028 casos por 100 mil/hab.

A faixa etária mais afetada vai dos 30 aos 39 anos de idade, com 5.2 mil ou 18,3% do total de infectados pelo mosquito. Neste agrupamento, as mulheres estão em maior número, com 3.4 mil contra 1.7 mil dos homens. Outras faixas com grande número de pacientes pela doença vai dos 40 aos 49 anos, com 4.883 mil casos e dos 20 aos 29 anos, com 4.8 mil enfermos.

O que também chama atenção é a população entre 60 e 80 anos: são 5.000 confirmações, com 61,9% da população feminina. "É o grupo que mais sofre, pois aí estão diabéticos, hipertensos e aqueles que apresentam problemas no coração, transplantado ou em tratamento contra o câncer", acrescentou o infectologista Ivo Castelo Branco. Para ele, o trabalho de prevenção ou não deixar focos do Aedes principalmente nas residência não pode parar.

A assessora técnica do Núcleo de Controle de Vetores (Nuvet) da Sesa, Ricristhi Gonçalves, reconhece a situação de muita preocupação em relação à febre. "Até porque é recente, ainda tem muita gente suscetível.

Já são 15 confirmados e outros 33 ainda estão sendo investigados e não descartamos o risco de uma epidemia no próximo ano", diz e acrescenta: "temos estoque de insumos suficientes e se for necessário, para atuar com carros fumacê".

Vetor

Ricristhi destaca o apoio do Exército e diz que, até o início de 2017, serão mais de 240 soldados e oficiais que reforçarão o controle do vetor. "Nosso alvo agora em dezembro são as escolas e envolver a população para que todos participem da luta contra o Aedes aegypti".

Em relação à dengue, o Ceará soma até o último dia 3, 36,3 mil casos, sendo 19.8 mil em Fortaleza, e 27 óbitos. "Houve uma redução de 32,4% se a gente for comparar com o ano passado, quando tivemos 53.7 mil ocorrências positivas", frisa.

Sobre os óbitos, nove foram na Capital; três em Maracanaú; dois em Maranguape e em Russas; e um em Pacatuba, Capistrano, Aracati, Fortim, Alto Santo, Limoeiro do Norte, Icó, Catarina, Assaré e Horizonte.              (Diário do Nordeste)

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