Pela primeira vez, a vacina de proteção ao vírus do papiloma humano (HPV) será disponibilizada para o público masculino de 12 e 13 anos. No Ceará, pouco mais de 182 mil meninos poderão se proteger do vírus. O Brasil será o 1º país da América do Sul e o 7º do mundo a oferecer esse tipo de imunização para os homens. Além desta, a rede de saúde viabilizará a imunização para meningocócica C (meningite). As doses estarão disponíveis em todas as salas de vacinação, dos 184 municípios do Estado, a partir de janeiro.

Segundo a coordenadora de imunizações da Secretária de Saúde do Estado (Sesa), Ana Vilma Leite, juntamente com as secretarias de Educação dos municípios e com a sociedade cientifica será utilizada a mesma estratégia aplicada em 2014 com as meninas. Inicialmente, será disponibilizada a vacina para os meninos de 12 e 13 anos em 2017; no ano seguinte, para os de 11 e 12 anos; e, em 2019, para os de 9 e 10 anos.

"Desta forma, quando chegarmos em 2020, a vacina ficará disponível para meninos e meninas de 9 a 13 anos", afirma Ana Vilma Leite. O objetivo principal da vacinação masculina é a prevenção de verrugas genitais e de câncer de pênis. No entanto, para a coordenadora, a abrangência é bem maior. "Quando eu vacino o menino, eu também protejo as meninas. Por serem os responsáveis pela transmissão do HPV para suas parceiras, ao vacinar os homens colaboramos com a redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres, prevenindo também casos de câncer de boca, orofaringe, bem como verrugas genitais em ambos os sexos".

Março

Com o intuito de intensificar a campanha, em março de 2017, será feito um trabalho nas escolas. Por meio de oficinas microrregionais, os municípios cearenses receberão capacitação, a fim de se alcançar adesão total. Em 2014, o Ceará foi o 5º estado a atingir cobertura total de vacinação contra HPV em mulheres.

Outra novidade para 2017 é a aplicação, na rede pública, da vacina meningocócica C (conjugada) para os adolescentes entre 11 e 12 anos. Estudos apontaram a necessidade de doses de reforço da meningocócica para garantir a proteção nessa fase da vida. Nos adolescentes, a vacina garante proteção por prolongado período, até a idade adulta, com diminuição das taxas de incidência da doença em condições endêmicas. Assim, a vacinação de adolescentes proporcionará proteção direta, impedindo o deslocamento do risco de doença para esses grupos etários.

Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma campanha nacional para imunizar meninas de 11 a 13 anos contra o HPV. A vacina aplicada no Brasil é a quadrivalente, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem eficácia de 98%, protegendo o indivíduo dos tipos 6, 11 (verrugas genitais), 16 e 18 (vários tipos de câncer) da doença para quem segue as duas dosagens. Aproximadamente 4,3 milhões de adolescentes brasileiras foram imunizadas com a primeira dose, o equivalente a 87,5% do público alvo. Agora, a meta do Ministério é que pelo menos 80% das garotas recebam a segunda dose, e que os homens iniciem esse processo de imunização. A primeira dose da vacina continuará sendo ofertada até o fim do ano para aquelas que ainda não foram imunizadas.                       (Diário do Nordeste)

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