A grande paixão nacional, sem dúvida, ainda é o futebol. Outros esportes, no entanto, tem conseguido ganhar adeptos a cada dia. Mas não é uma tarefa simples. Essas modalidades enfrentam incontáveis dificuldades, como por exemplo, a falta de isentivo do poder público. Em Juazeiro do Norte, o handebol amador sofre com a ausência total de apoio financeiro. O time Crajubar Handebol Clube (CJB), fundado há mais de 15 anos, sente na pele – ou no uniforme vestido por 19 mulheres – a falta de incentivo.
Uma vez por semana, as atletas se reúnem no ginásio Poliesportivo da cidade para treinarem. Entretanto, o objetivo da criação do time vai além do desporto. Com a maioria das mulheres participantes de baixa renda, o projeto quando foi pensado tinha por objetivo a “educação e integração social”. Passados uma década e meia, a busca por vitórias dentro e fora das quadras continua, apesar das dificuldades para que o time se mantenha ativo.
Dificuldades
Segundo o professor João Gutenbergue, as aulas não dispõem de materiais básicos para a prática do esporte. Ele conta que as dificuldades são inúmeras. “Falta lugar para treinar, pois os horários sempre estão reservados para o futsal, falta materiais básicos, e as vezes falta até a bola. Além disso, o apoio do governo é zero, as empresas não querem patrocinar, isso mesmo para os times oficiais da cidade”, lamenta.
Superação
Apesar das dificuldades, o CJB se mantém firme há mais de uma década, transformando a realidade das participantes. De acordo com a atleta Jordania Mattos, o esporte lhe ajudou a superar a depressão. “Eu já sofria essa doença há uns três anos. Uma vez vendo os jogos das olimpíadas, eu senti vontade de voltar para handebol, desde então, não sinto mais os sintomas da doença”, comemora.
Para Renata Marques, outra integrante da equipe, o Crajuar Handebol Clube veio “para mudar sua visão de mundo e lhe mostrar um novo caminho”. Ela acrescenta que o esporte melhorou, inclusive, seu desempenho escolar. “Quando comecei a jogar, eu não ia bem nos estudos e não andava com boas companhias, tudo isso mudou com o handebol, minhas notas melhoraram e meu futuro também”.
Enquanto o apoio financeiro não entra em quadra, elas vão demonstrando, a cada jogo, que são vitoriosas dentro e fora das quatro linhas, colecionando histórias de superação e aprendizado por meio do esporte, ainda que invisibilizado pelo poder público e empresas privadas.
A reportagem do Diário do Nordeste, tentou contato com a Secretaria de Esporte, Juventude e Cultura de Juazeiro, no entanto, as ligações não foram atendidas.                       (Blog Diário Cariri)

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