Em novembro do ano passado, a atividade econômica
cearense recuou 0,3% em relação a outubro e 3,7%
ante igual mês de 2015. FOTO: Diário do Nordeste
A atividade econômica do Ceará apresentou leve retração, de 0,3%, na passagem de outubro para novembro de 2016, segundo o Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE), divulgado nessa sexta-feira (13) pelo Banco Central (BC). Na comparação com novembro de 2015, a queda da atividade foi de 3,7%, e no acumulado de janeiro a novembro, o recuo foi de 5,0%, em relação a igual período de 2015. Em 12 meses, o indicador caiu 5,2%. O IBCR é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), para os estados, as regiões e o País.

De todas essas comparações, apenas no acumulado de 12 meses, o resultado de novembro foi melhor do que o observado em outubro, quando a retração calculada havia sido de 5,3% para o Estado. Os dados são dessazonalizados, ajustados com base nos impactos de diversos fatores sobre a economia, típicos de determinadas épocas do ano.

Na comparação com o comportamento da média da atividade econômica no Nordeste, o Ceará apresentou resultado superior tanto no acumulado do ano quanto no de 12 meses, quando o IBCR-NE ficou em -5,9% e -5,8%, respectivamente. No comparativo com o outubro, a atividade no Nordeste ficou estável (0,0%) e em relação ao mesmo mês de 2015, a atividade na região apresentou queda igual à do Estado (-3,7%).

Efeitos da crise

Com relação ao comportamento da atividade econômica no Brasil, tanto o Ceará como o Nordeste apresentaram resultados piores do que o nacional nos quatro comparativos. De acordo com o economista Paulo Matos, é comum que regiões mais desenvolvidas (que têm maior peso no desempenho da economia brasileira) sejam os primeiros a sentir os efeitos de uma crise, mas também costumam ser os primeiros a mostrar sinais de recuperação.

"Regiões mais desenvolvidas têm, em geral, um ciclo mais longo, e quando é para se recuperar, elas se recuperam mais, até porque caíram mais", afirma o economista. "Então, é comum, se você compara estados mais ricos, que caíram mais e caíram primeiro, na hora de se recuperar, eles se recuperam mais. E puxam o resultado do País", afirma Matos.

Austeridade

Embora o Estado tenha apresentado queda em novembro enquanto o País cresceu, Matos diz que esse movimento pontual pode ter sido causado pelas medidas de austeridade fiscal que vêm sendo promovidas pelo governo do Estado. "Enquanto outros estados, com grande peso no PIB nacional, continuaram gastando muito, acabaram crescendo mais. Mas hoje estão quebrados. O Ceará já tomou o remédio amargo, o que pode ter contribuído para não ter crescido, mas agora está com as contas arrumadas", ele diz. "Então a tendência é de que, em um ou dois anos, a gente tenha resultados melhores do que o País".

Brasil

Após ceder 0,15% em outubro, a economia brasileira registrou avanço de 0,2% em novembro. No acumulado de 2016 até novembro, a retração foi de 4,59%. No acumulado de 12 meses encerrados em novembro, também houve recuo, de 4,76%. E na comparação entre os meses de novembro de 2016 e 2015, houve queda de 2,02%.

A previsão oficial do Banco Central para a atividade doméstica em 2016 é de queda de 3,4%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado no fim de dezembro. No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira (9), a mediana das estimativas do mercado para o PIB este ano estava em -3 49%. Na última quarta-feira (11), o Banco Central mencionou a "atividade aquém do esperado" como um dos motivos para cortar a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual, para 13,00% ao ano, e não em apenas 0,50 ponto porcentual, como esperava a maior parte do mercado financeiro.                            

(Diário do Nordeste)

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