Com apoio da mãe, Scarlleth foi estudar em Fortaleza
após conquistar 1º lugar em olimpíada de
química. FOTO: TV Verdes Mares
Os estudantes do Ceará vão ocupar 30% das 110 vagas no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 2017 e um deles é uma aluna de 19 anos de Juazeiro do Norte, Sul do Ceará. Scarlleth Castro é a primeira mulher da região do Cariri a conseguir entrar no ITA, de acordo com o Instituto Federal do Ceará (IFCE), onde ela cursou os dois primeiros anos do ensino médio no campus de Juazeiro do Norte. O Ceará foi o segundo estado do país em número de aprovações, depois de São Paulo.

Entre os 12 mil inscritos, só Scarlleth e mais dez mulheres foram aprovadas na última edição do vestibular. Desde o ano passado, ela foi aprovada também em medicina, direito, arquitetura e duas vezes no Instituto Militar de Engenharia (IME).

Apaixonada por música, foi nas letras de canções americanas que a jovem encontrou incentivo para estudar inglês – e também cantar e tocar. O talento se expandiu para outras disciplinas. Nos últimos três anos, foram, em média, 14 horas de estudo por dia.

A jovem é o orgulho da mãe, a agente de saúde Francineide Castro, que ficou viúva quando a filha tinha apenas 5 anos e teve se desdobrar para criá-la sozinha. E não foi fácil abrir mão de morar com Scarlleth, quando a menina teve a oportunidade de sair de casa para estudar.

“Quando ela falou pra mim que queria ir, e como tava na época com 16 anos, algumas pessoas disseram: ´Ah, como é que pode? Ela só tem 16 anos, são só vocês duas...´ Mas é sonho dela, foi ela que conquistou, ela batalhou e conseguiu passar em primeiro lugar na olimpíada de química. E com isso ela ganhou essa bolsa pra estudar na capital. Ela tinha que ter a base, a mãe, incentivando e dando força pra que, lá na frente, ela pudesse crescer e conseguir os objetivos dela”, diz a mãe.

A estudante conta que a aprovação é só o começo dos planos que tem. “O ITA abre muitas portas, muitas oportunidades, muitos horizontes. Tem as pessoas que são maravilhosas, é um ambiente maravilhoso, é o que a gente escuta de todos os veteranos. Vou entrar lá, me formar, e depois, se tudo der certo, vou pra fora, trabalhar com alguma coisa relacionada à ciência e à pesquisa, que é o que realmente quero”, planeja.

Para o professor Ricardo Fonseca, do IFCE, Scarlleth é exemplo de superação. “Ela é um espelho pra toda essa moçada que quer realmente se mostrar revolucionária. A revolução a gente faz realmente com muito amor pela educação. Aí a gente consegue mudar. Pelo fato de não ter pai desde os 5 anos de idade, pelo fato das condições financeiras da mãe, mas nada disso impossibilitou da conquista”                        (G1 CE)

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