Elisa Hellen Cruz Rodrigues foi aprovada na
Faculdade de Medicina de Barbalha e na
UFC de Sobral. FOTO: Normando Sóracles
12h59 - 05.02.2017

Durante os três anos que passou estudando mais de 10 horas por dia, Elisa Hellen Cruz Rodrigues, que recentemente completou 18 anos, já havia definido o seu grande objetivo de vida: ser médica. Caso conseguisse ser aprovada em uma universidade pública, a jovem que cursou o ensino médio em escola pública seria a primeira formada em medicina da família. 

Filha da professora Risalva cruz e do segurança Hélio Rodrigues, a jovem estudante se privou de tudo que alguém de sua idade costuma fazer e manteve-se focada nos livros. Mal concluiu o ensino médio e a recompensa não tardou: a aprovação na Faculdade de Medicina de Barbalha e na UFC de Sobral mostram o resultado do esforço, dedicação, além de um importante suporte familiar. 

Elisa cursou o Ensino Médio no Colégio Presidente Geisel, o Polivalente, em Juazeiro do Norte. A sua mãe diz que há sim uma desvalorização com o ensino público e que, no final das contas, o esforço particular dos alunos e professores é o grande diferencial para que os estudantes possam atingir as aprovações tão desejadas. 

A jovem construiu uma rotina puxada de estudos. Durante a amanhã ia para escola, às 14 horas seguia para o cursinho onde ficava até às 21h30. Ao voltar pra casa, um banho e um lanche rápido antecediam mais algumas horas de estudos, que se estendia até a meia noite. No outro dia tudo se repetia. Aos finais de semana não era raro passar noites em claro estudando. 

A família teve de se adaptar ao cronograma de estudos da filha. "Os amigos às vezes até reclamavam com a gente, porque nós não saíamos mais, não aparecíamos nos encontros familiares. Mas a gente tinha que dar suporte à nossa filha, ajeitar o lanche e ajudar na rotina", conta dona Risalva. 

Elisa foi aprovada na última seleção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), com a pontuação de 746.3 na média geral e 960 pontos na redação. Ela faz partes da turma de cotistas, grupo de candidatos provenientes de escola pública. 

Ao falar sobre o caminho de estudos trilhados nos últimos três anos, a futura médica destaca o foco que sempre teve, desde que iniciou a trajetória. "Eu optei por me sacrificar agora e buscar o resultado lá na frente, sabia que iria me privar de muitas coisas, mas tinha certeza de que o meu objetivo seria alcançado", disse. Inicialmente ela pensa em se especializar em Cardiologia, mas diz que a experiência da universidade pode fazer com que se interesse também por outras áreas.  

A família faz questão de agradecer aos que fizeram parte e os que não os deixaram desanimar durante o percurso. Todos os professores do Colégio Polivalente, com destaque ao Ricardo Lemos, além do diretor Boaz e à equipe do cursinho preparatório. 

A história de Elisa deve servir de inspiração, alento e esperança aos que  ainda não veem na educação o único caminho possível para um futuro cheio de esperança. O apoio e incentivo da família, o compromisso e a força de vontade são os ingredientes numa receita onde a prosperidade e a recompensa são resultados garantidos.                     (Site Miséria)                     Cariri

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