A expectativa para 2017 para a ZPE é de importar e
exportar montante três vezes maior que o do
ano passado. 
FOTO: Fernanda Siebra
13h57 - 05.02.2017

Das 698.892 empresas ativas, registradas na Junta Comercial do Estado, apenas 293 exportam. Isso demonstra índice de 0,04% de quem arrisca vender para outros países dentre as empresas existentes no Ceará. Dessas, destacam-se três que possuem volumes de exportação acima de US$ 100 milhões, que são Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Grendene e JBS ; e quatro que possuem volume entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões, que são a Agrícola Famosa, a Paqueta Calçados, a Wobben Windpower e a Petrobras.

Segundo dados fornecidos pela Câmara Temática de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, em termos de localização, de onde saem os produtos exportados, 130 empresas estão em Fortaleza, 23 em Maracanaú, 14 em Eusébio, 13 em Caucaia e 11 em Juazeiro do Norte.
Para Rômulo Alexandre Soares, presidente da entidade, um setor que também despontará na balança comercial do Estado será o de energias renováveis, com a exportação de materiais para parques eólicos e solares, além da venda para o mercado interno. “Da lista de maiores exportadoras, dois se referem a indústrias recentes no contexto econômico cearense: produtos siderúrgicos e aerogeradores”.
Por outro lado, como o número de empresas que exportam no Estado ainda não é grande, Soares, à frente da Câmara, vai em busca de internacionalização de mais companhias. “Existe, no Brasil, liderado pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE). O objetivo é promover atividades de formação e promoção para exportações de outros setores e queremos fortalecer esse plano no Ceará”.
Nessa meta, longe está “abandonar” os setores que têm vocação natural para exportação. Eles serão fortalecidos. Mas o principal para a Câmara está abrir os olhos e impulsionar aqueles que vêm mostrando crescimento, como o pescado, e aumentar a participação de micro e pequenas empresas.

Movimentações
No topo do ranking de movimentações do Estado está o Porto do Pecém. Foram 11 milhões de toneladas, ante 4,47 mil toneladas do Porto do Mucuripe e 5,624 mil toneladas do Aeroporto de Fortaleza, em 2016. Mas, sem dúvida, os dados da ZPE mostram que foi por lá que a balança se ajustou. Foram 5,6 milhões de toneladas de produtos descarregadas no ano passado.
A expectativa para 2017 para a ZPE é de importar e exportar montante três vezes maior que o do ano passado, chegando a 16,8 milhões de toneladas entre matéria-prima, subprodutos e produtos acabados. 
Roberto de Castro, diretor comercial da ZPE, acredita, ainda, que o Estado conseguirá trazer uma refinaria em parceria com a iniciativa privada para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). “Pode ainda vir granito, pneus, calçados. Recebemos um grupo de empresários que ficaram encantados com a ZPE. Eles tão interessados em energia fotovoltaica, placas solares. Estamos abertos”, diz.
O POVO procurou a JBS. A empresa, por ser de capital aberto, não revelou dados de volume de exportação e importação. A empresa, que possui fábrica em Cascavel de couros semi e acabados, afirmou apenas que produz com foco nos mercados da Europa, Ásia e América do Norte, atendendo os segmentos moveleiro e automotivo. (Beatriz Cavalcante) 
GRANITO
Novo segmento a exportar pelo Ceará
Para 2017, a expectativa é que três projetos do setor de granito se concretizem e venham para a Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE-CE). Como quem vai para a ZPE tem que exportar 80% de sua produção, o Estado terá novo impulso nas vendas para o Exterior.
Hoje, empresas do Espírito Santo vêm buscar o granito do Ceará, voltam para terras capixabas, tratam a matéria-prima e por lá exportam. O resultado é que o estado exporta US$ 150 milhões de granito por ano, que poderia sair dos portos cearenses.
Carlos Rubens Araújo Alencar, presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE), é quem dá a expectativa dos projetos virem para o Estado. Ele diz que se espera, até 2020, que o setor esteja contribuindo com US$ 200 milhões por ano apenas na exportação via ZPE.
Isso porque o Governo do Estado prospectou a vinda de cerca de 10 empresas de granito para o Ceará, que inclusive já fizeram o requerimento de reserva de área na ZPE. Isso significa que o comércio exterior também vai balançar para a importação, já que as indústrias vão importar materiais na fase de construção.
Mário Lima Júnior, presidente da ZPE, informa que o setor II é o que já está reservado para os três projetos “graniteiros”. Os investimentos para a instalação dessas empresas é “da ordem de R$ 60 milhões, o que vai gerar 450 empregos diretos”, afirma. (Beatriz Cavalcante) 
Saiba mais
A CSP, no ano em que entrou em operação, já se apresentou como a mais importante indústria exportadora, estando na 184 posição numa lista dos 200 maiores exportadores brasileiros.

É hoje a segunda maior importadora nacional de matéria-prima.                          (O Povo)

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