No Cariri, a cachoeira de Missão Velha, formada pelo
Rio Salgado, passou a ter água no início de
fevereiro, assim como a Cascata do Lameiro, em
Crato. O Rio Cangati, em Choró (foto), no Sertão Central,
também encheu. FOTO: Valmary Magalhães
Juazeiro do Norte. O nível dos reservatórios cearenses atingiu, nessa quarta-feira, o melhor índice desde outubro do ano passado. Há cinco meses acumulando quedas sucessivas por razão das escassas chuvas no Estado, o quadro se reverteu neste mês, diante dos eventos pluviométricos observados ao longo dos primeiros 15 dias de março. O volume dos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (Cogerh) saltou de 6,25%, no mês de fevereiro, para 8,06%.
A quantidade de açudes secos também tem reduzido, assim como cresceu o número de reservatórios sangrando. Ontem, pela primeira vez no ano, a Cogerh registrou três açudes com 100% de sua capacidade de armazenamento. O Tijuquinha, na cidade de Baturité, se juntou aos reservatórios Caldeirões, em Saboeiro, e Maranguapinho, na cidade de Maranguape. Todos eles estão sangrando.
Apesar disso, o quadro ainda não é favorável e requer cuidados e o uso racional da água, uma vez que, no segundo semestre, as chuvas são raras. De acordo com a Cogerh, desde 1995, ano em que o órgão passou a monitorar os reservatórios no Estado, 2017 atingiu, com 6,4%, em janeiro e fevereiro, o pior índice em 22 anos.
Aportes
O número de reservatórios considerados secos passou de 27 para 22 em apenas 24 horas. Neste período, a Cogerh verificou aporte em 88 dos 153 açudes monitorados. As maiores recargas foram observadas no Taquara (Cariré); General Sampaio (General Sampaio); Edson Queiroz (Santa Quitéria); Araras (Varjota) e Umari (Madalena). Já o São Mateus, em Canindé, que teve a sétima maior recarga de terça para quarta-feira, passou de seco para 39,47% na última semana. Em contrapartida, 126 açudes ainda estão com índice de armazenamento abaixo dos 30%, dos quais 47 estão considerados com volume morto. Nas últimas 24 horas, os açudes Jatobá II, Jerimum, Junco, Premuoca, São Domingos e Várzea da Volta deixaram esta condição.
Além da mudança na paisagem, com recarga nos açudes, barragens e rios também tiveram o cenário alterado por decorrência das chuvas. Na região do Cariri, a cachoeira de Missão Velha, formada pela queda d'água do Rio Salgado, passou a ter água desde o início de fevereiro, assim como a cascata do Lameiro, em Crato. O Rio Cangati, em Choró, também encheu.
Chuvas
Esta condição de aporte nos reservatórios deve-se às chuvas que têm caído com frequência nos primeiros dias de março. Pelo terceiro dia consecutivo, choveu em mais de cem cidades. Entre as 7 horas de terça-feira e 7 horas de ontem, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou precipitação em 110 municípios. Mais uma vez, assim como aconteceu durante todos os dias do mês, choveu em todas as regiões do Ceará.
Ibiapaba e Cariri foram as duas regiões do Ceará com os maiores índices pluviométricos. O Município de Viçosa do Ceará, com 115 milímetros, obteve o maior volume, seguido por Missão Velha (77 mm); Ubajara (70 mm); Frecheirinha (65 mm) e Ipu (58 mm).
A previsão dos meteorologistas da Funceme para hoje é de nebulosidade variável, com eventos de chuva em todas as regiões cearenses. Amanhã, o prognóstico da Funceme é de nebulosidade variável, com possibilidade de chuvas isoladas na faixa litorânea e sul do Ceará. Nas demais regiões, céu parcialmente nublado a claro.                      (Diário do Nordeste)           Cariri Principal

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