O cearense deve começar a preparar o bolso para o novo reajuste na conta de luz no Estado, que entrará em vigor a partir de 22 de abril. A previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é aprovar o aumento médio para os consumidores residenciais (baixa tensão) para as indústrias (alta tensão) no dia 18 do mesmo mês, após analisar os diferentes fatores que influenciam a correção.
Em relação ao reajuste, o presidente do Conselho de Consumidores da Enel Distribuição Ceará (antiga Coelce), Erildo Pontes, informa que espera informações da Aneel, antes da aprovação do aumento, para examinar o quadro local. "Sem dados atualizados, ainda não temos como fazer uma projeção para o aumento da Enel. Mas apostamos que o reajuste não virá tão pesado como nos últimos anos, pois massacrou os consumidores", observa.
Cálculo
Em 2016, o aumento médio das tarifas de energia elétrica no Estado do Ceará fechou em 12,97%, sendo 13,64% para os clientes residenciais e 11,51% para as indústrias.
O cálculo do reajuste é realizado de acordo com fórmula prevista no contrato de concessão assinado entre as distribuidoras e o governo federal brasileiro. O objetivo é manter o equilíbrio financeiro das concessionárias.
Lucro
No ano passado, a Enel Distribuição Ceará registrou um lucro líquido de R$ 393 milhões, resultado 8,3% superior ao registrado em 2015.
No período, o número de clientes da companhia apresentou um crescimento 3,5%, passando de 3,757 milhões para 3,889 milhões.
Indenização
Apesar de ainda não haver expectativa sobre o reajuste no Estado neste ano, em âmbito nacional, a estimativa do governo é que as contas de luz fiquem, em média, 7% mais caras. Isso porque os consumidores terão de pagar uma indenização bilionária que a União deve às transmissoras de energia, avaliada em um montante de R$ 62,2 bilhões. Segundo decisão da Aneel, os brasileiros terão oito anos, ou seja, até 2024, para pagar essa indenização. A primeira parcela deverá ser de R$ 10,8 bilhões. Isso quer dizer que, só em 2017, as contas de luz vão chegar às casas e às empresas com um aumento médio de 7,17%.
Considerando que o cálculo do reajuste depende de outros componentes, o efeito nas tarifas de energia elétrica pode variar para mais ou para menos. Mas alguns fatores apontam que o aumento médio nacional poderá ser ainda maior.
Termelétricas
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne representantes de diversos órgãos do governo ligados ao setor, prevê um uso maior das usinas termelétricas nos próximos meses em razão do baixo armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas.
Quanto à situação dos reservatórios, a Aneel estima que, neste ano, as hidrelétricas devem gerar cerca de 84% de suas garantias físicas, o montante de eletricidade que elas podem vender no mercado. Isso significaria um custo de, no mínimo, R$ 10 bilhões de reais para as distribuidoras com a compra de energia para compensar o déficit anual.                   (Diário do Nordeste)   Principal

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