Intervenção tem por objetivo sensibilizar os
políticos da cidade. FOTO: André Costa
Juazeiro do Norte. Em média, cerca de 30 mil passageiros andam de ônibus todos os dias neste município. Em uma cidade onde as temperaturas beiram a casa do 38º Celsius quase que diariamente, proteger-se do forte sol enquanto o coletivo não chega é um desejo de muitos, porém, um feito conseguido por poucos. Isso porque a maioria das paradas de ônibus em Juazeiro do Norte estão deterioradas ou nem mesmo existem.
Como forma de protesto silencioso, cujo objetivo é “reivindicar melhorias nos espaços públicos”, um grupo de 15 universitários que compõem o “Cubo Urbano” realizaram uma intervenção numa das paradas mais movimentadas da cidade, ao lado do shopping center, na Avenida Castelo Branco. O grupo instalou quatro sombrinhas na parada de ônibus para que os passageiros pudessem se abrigar do sol.
Conforme explica Joceam Souza, coordenador geral do Coletivo Cubo Urbano, o protesto nasceu diante de uma inquietação com o “esquecimento e enclausuramento para com os espaços urbanos da cidade”. Ele ressalta que a intervenção não tem por objetivo solucionar um problema cuja responsabilidade é exclusivamente dos gestores, mas para “impactar e tentar sensibilizar os políticos para que tomem medidas efetivas”.

Ao lado de cada guarda-sol, os acadêmicos fixaram uma placa com quatro itens que explicam as razões do protesto. Para o contador Bruno Oliveira, a iniciativa foi bem-vinda. “Pego quatro ônibus por dia e sei o quanto sofremos por conta do sol quente. A espera que as vezes chega a ser de dez, 15 minutos, parece uma eternidade nesse calor. A sombrinha pelo menos ameniza”, comemora.
Já a universitária Lara Raquel pondera que “se os políticos andassem de ônibus as paradas não seriam tão ruins”. Ela lembra que a grande maioria não possui cobertas ou bancos. “A mais bonitinha da cidade foi construída com recursos de uma universidade particular. Com tantos impostos que pagamos, essa parada na Avenida Padre Cícero deveria ser reproduzida nas demais. É um direito nosso”, completa.
Para confeccionar as sombrinhas e placas, o grupo gastou cerca de R$ 70. “Tudo saiu do nosso bolso. Identificamos o problema, idealizamos a intervenção e depois fomos às ruas vender ímãs de geladeira para arcar com os custos. Nosso propósito também é mostrar que há pessoas que ainda se preocupam com o todo, com o coletivo”, destaca Joceam.
Segundo ele, a intervenção “Aqui tem sombra”, que iniciou na manhã desta segunda-feira, ainda não tem prazo para ser finalizada. “Vamos sentir como vai ser a aceitação da população e o impacto gerado. Nosso objetivo não é expandir, mas se for preciso, o faremos”, finaliza.
De acordo com a Secretaria de Segurança e Cidadania do município, “será iniciado um trabalho de mapeamento nas paradas de ônibus e moto-taxi para identificar quais locais precisam de manutenção e em quais pontos precisam ser criadas novas paradas”. A pasta não informou o prazo para inicio nas obras.                      (Blog Diário Cariri)

Post a Comment