Entidades expõem fragilidade financeira e citam
dificuldades no acesso de idosos à Saúde.
FOTO: Jornal do Cariri
Assistindo quase 300 idosos em Juazeiro do Norte, os sete abrigos locais passam por graves dificuldades financeiras. Na última quarta-feira (19), quatro entidades tiveram representação em audiência pública na Câmara Municipal, oportunidade na qual elas expuseram o cenário e fizeram um apelo à população e ao poder público municipal, como forma de dar continuidade a prestação dos serviços dessa natureza. 

As entidades reclamaram, entre outros, da falta de um hospital geriátrico para recepcionar os idosos que precisam de assistência médica. Um delas relatou, inclusive, que já aguardou mais de seis horas por atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para um de seus assistidos, mesmo sendo caso de prioridade. O Hospital Regional do Cariri não receberia os idosos que necessitam de internação. Para Antônia Favenzi, da Casa da Esperança, o quadro mostra total desamparo com o idoso, que já dispõe de uma saúde debilitada e necessita de acesso aos serviços médicos de forma rápida, com qualidade e humanizada. 

Sobre as dificuldades financeiras, os representantes pedem apoio, tanto do Conselho Municipal do Idoso quanto do Ministério Público, para fiscalizarem a exploração patrimonial aos idosos. De acordo com as entidades, 15% dos idosos que se encontram em abrigos têm seus benefícios comprometidos por familiares, por meio de empréstimos consignados, mesmo à revelia dos beneficiários. 

Com isso, o presidente do Lar Fraterno Irmã Scheilla (LAFIS), José Quezado, explica que os idosos ficam sem condição financeira para se sustentarem. “A lei dispõe que 70% do valor do benefício seja para as despesas em abrigos, incluindo alimentações, despesa com cuidadores sociais, medicações, etc. Mas há idoso que recebe apenas R$ 200, por conta de empréstimo feito por um parente que tem os dados de seu cartão social. Como R$ 140 vão pagar tais despesas?”, questionou. Diante disso, as entidades têm estado no vermelho mensalmente, já que as receitas não são compatíveis com as despesas. Além das fiscalizações para coibir as práticas indesejadas pelos próprios idosos, as instituições cobram parcerias e apoio financeiro por parte do poder público municipal, como forma de garantir a sobrevivência desses abrigos. 

Na ocasião, o secretárioexecutivo do Conselho do Idoso, Wescley Thiago, lembrou que são 26 mil habitantes idosos. Conforme o censo demográfico de 2010 do IBGE, a expectativa de vida tende a crescer e o número de pessoas idosas também. “É preciso ampliar políticas públicas que garantam a longevidade e qualidade de vida desse grupo”. 

Thiago observa que, atualmente, não há demandas do Município para essas casas, o que pode acontecer em situações de parcerias, pois se tratam de entidades privadas. Além de apoiar o início das negociações em prol da parceria com o poder público, Thiago observa que o retorno do fornecimento do leite aos abrigos, referente ao Banco de Alimentos do Município, deve normalizar em maio. A audiência pública foi de autoria das vereadoras Auricélia Bezerra e Rita Monteiro. Além delas, só o presidente da Casa, Glêdson Bezerra, compareceu e conduziu a reunião.                       (Jornal do Cariri)

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