Correr pode ser o exercício mais efetivo para aumentar a expectativa de vida. Isso de acordo com a revisão, realizada em março passado, de um estudo publicado em 2104. A conclusão foi de que corredores, em comparação com pessoas sedentárias, tendem a viver três anos adicionais, mesmo se eles correrem mais vagarosamente ou fizerem isso de forma mais esporádica. Até mesmo se fumam, bebem ou estão acima do peso. Nenhum outro tipo de exercício apresentou um impacto comparável na expectativa de vida.

O estudo original envolveu cientistas especializados em exercícios que analisaram uma grande quantidade de dados vindos de testes médicos e físicos conduzidos no Cooper Institute (Instituto do Cooper, em tradução livre), em Dallas. Concluindo que até mesmo apenas cinco minutos de corrida diária estava associada com uma maior expectativa de vida.

Uma vez que esse estudo foi concluído, esses pesquisadores foram inundados de questionamentos do público geral e de outros colegas cientistas, disse Duck-chul Lee, professor de Kinesiologia na Iowa State University e co-author do estudo ao The New York Times. Algumas pessoas perguntaram se outras atividades, como caminhada, também poderia ser tão benéfica quanto correr para reduzir os riscos de mortalidade.

Corredores profissionais também questionaram se eles não poderiam estar exagerando no quanto correm e se poderia existir um número de quilômetros ou horas em que, a partir daí, permanecer correndo se tornaria um problema e poderia contribuir para uma morte prematura.

Ainda apareceram aqueles que duvidaram se correr realmente iria adicionar de fato tempo de vida extra para o indivíduo. Exemplo: se para conseguir adicionar um ano para a expectativa de vida, o sujeito precisa correr por um tempo próximo de um ano para ganhar esse benefício. Nesse caso, ele não iria "ganhar nenhum tempo a mais".
Então, a partir disso, os cientistas fizeram uma revisão no estudo, que foi publicado em março. O "Progress in Cardiovascular Disease" (Progresso em Doença Cardiovascular, em tradução livre) reanalisou as informações para responder alguns dos questionamentos. Eles também examinaram resultados e dados de outros estudos em larga escala que buscavam as associações entre exercício e mortalidade.

No geral, a revisão reforçou os resultados da pesquisa anterior, encontrando que, não importa a velocidade ou distância, correr diminuía o risco de morte prematura em 40%. Isso permaneceu sendo verdade mesmo quando selecionando apenas os dados daqueles que fumavam, bebiam e tinham históricos de problema de saúde como hipertensão e obesidade. Um detalhe sobre os participantes do estudo analisados é que a maioria é branca e de classe média.

Os cientistas calcularam que o correr consome menos tempo do que devolve para o aumento da expectativa de vida. Na análise, duas horas de treino por semana, que foi a média encontrada nos dados, o que daria menos de seis meses de tempo de corrida ao longo de  40 anos, pode aumentar o tempo de vida em três anos e dois meses e meio. Isso dá um ganho "líquido" de aproximadamente dois anos e nove meses e meio. O que pode ser traduzido estatisticamente em uma hora de corrida aumentar sete horas da expectativa de vida de alguém.

É importante deixar claro que essas adições não são infinitas e que a pesquisa mostrou que a expectativa de vida é adicionada ao máximo em torno de três anos a mais. Também foi indicado que correr muito e indo além do "necessário" não traz malefícios para o tempo de vida de alguém.

Por que corrida? 

Outros exercícios também beneficiaram o aumento da expectativa de vida, só que não ajuda tanto quanto a corrida. Andar, pedalar e outras atividades diminuíram o risco de morte prematura em 12%. 

Ainda não ficou claro o motivo pelo qual correr é tão potente contra mortalidade prematura, diz o Dr. Duck-chul Lee. Porém ele diz que provavelmente é devido a esse exercício combater vários fatores. Isso inclui pressão alta e gordura corporal excessiva. Também melhora o preparo físico. Esse é um dos mais conhecidos indicadores para a longa vida de um indivíduo.

Esses indicativos encontrados pela pesquisa são todos associativos, ou seja, eles provam que pessoas que correm tendem a viver mais tempo, mas não que correr diretamente causa um aumento na longevidade. Pessoas que correm frequentemente vivem estilos de vida saudáveis e isso pode estar contribuindo para os resultados. No entanto, mesmo levando isso em consideração, a pesquisa sugere que correr pode adicionar anos às vidas dos praticantes, disse Dr. Lee.                       (O Povo)                      Brasil

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