Após especulações, o Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP) confirmou o fechamento da oncologia pediátrica. Sem receber novos casos, o hospital continuará o atendimento aos pacientes em tratamento até que estes consigam transferência para outras unidades. O encerramento dos atendimentos às crianças com câncer é reflexo da crise enfrentada pelo hospital, que possui dívidas em torno dos R$3 milhões e é referência para cerca de 60 municípios. 

“O Hospital, como medida de economia e visando, em um momento posterior, estruturar o serviço de oncologia pediátrica e solicitar o credenciamento de acordo com as exigências dessa portaria, resolveu não mais receber pacientes novos”, explicou Amílcar Leite, assessor jurídico da entidade. Segundo ele, o funcionamento da oncologia pediátrica se dava sem o devido credenciamento como Centro de Assistência em Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e o devido recurso que o Ministério da Saúde prevê, através da Portaria 140, de R$50 mil mês e R$600 mil/ano. 

Conforme salientou o assessor jurídico, o HMSVP vai continuar tratando as pessoas que iniciaram o serviço, que até a última semana possuía quase 30 pacientes, dos quais cinco estavam prestes a receber alta. Segundo Amílcar, a pretensão é que o conjunto de medidas, junto ao recurso de R$11 milhões liberado pelo Ministério da Saúde, sane as dívidas e restabeleça sua saú- de financeira. “Num momento posterior, deveremos tentar o credenciamento e voltar ao atendimento à oncologia pediátrica”, informou, falando sobre a intenção em credenciar o hospital como Cacon. 

Para Elaine Porfírio, mãe de paciente que faz tratamento há quase um ano na oncologia pediátrica, o momento é de tristeza. Natural de Serrita, em Pernambuco, ela espera que o problema seja resolvido: “A gente fica muito triste, esperando que, de alguma forma, resolva. Comove muito ver pacientes que moram longe, têm dificuldade em estar aqui. Todos queremos que tomem as devidas previdências”. 

Fátima Regina, coordenadora do Instituto de Apoio à Criança com Câncer, disse que a decisão do hospital foi recebida com impacto. A instituição dá assistência a pais e crianças de cidades circunvizinhas, enquanto estas são tratadas em Barbalha. Sobre o fechamento, ela acredita que será difícil, “mas que é algo que todos teremos que passar para que o hospital ‘respire’. Tenho certeza de que, quando ele voltar, voltará com toda qualificação e toda estrutura”, finaliza.                      (Jornal do Cariri)

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