Para driblar a crise, vendedor de água dá tratamento
especial à clientes no semáforo. FOTO: Guto Vital
Cícero Ricardo é um homem rápido. Ele realmente precisa ser ágil na profissão que há 6 meses exerce em Juazeiro do Norte. No cruzamento entre as ruas Padre Cícero e Pio X, se divide entre os dois semáforos vendendo água mineral, de coco e cocadas. Uma função comum no mercado informal dos que trabalham por conta própria, mas Ricardo fez questão de se destacar e, para isso, oferece seus produtos numa bandeja, vestindo camisa social e gravata.

Faça chuva ou sol, das 10h da manhã até às 16h - ou enquanto durar o estoque -, o vendedor percorre entre um semáforo e outro equilibrando a bandeja, um artifício que, segundo ele, fez o grande diferencial nas vendas. 

Ricardo começou há seis meses vendendo água do modo mais usual: oferecia as garrafas na mão mesmo. Mas um toque de um amigo o fez despertar seu lado empreendedor. Comprou uma bandeja um balde para colocar gelo e passou a oferecer também as cocadas.

O combo perfeito para alavancar as vendas no sinal. O visual de Ricardo chama atenção dos motoristas. Os olhares curiosos, muitas vezes, acabam se transformando em mais uma venda. 

Ricardo trabalhou por 14 anos em um cartório em Juazeiro do Norte. Após todo esse tempo como office boy, foi demitido e se viu sem muitas escolhas para voltar à ativa. Em meio a crise, aproveitou o "sol quente" e foi para rua vender água. Em média, vende de 30 a 35 garrafinhas por dia, cada uma custando R$ 2,00. Ele paga a escola dos três filhos com o trabalho de ambulante e se diz orgulhoso por isso. 

Com a inovação, veio o reconhecimento e recentemente foi chamado para um trabalho especial durante uma reunião de empresario na Câmara de Dirigentes Logistas, em Juazeiro. Ele ficou encarregado de servir os convidados usando o mesmo conceito com que trabalha na rua. Após isso, ele foi convidado para, posteriormente, dar uma palestra sobre empreendedorismo e opções para lidar com a crise.

A história de Ricardo é um exemplo de empreendedorismo. Mostra que é possível inovar, com muito trabalho e boa vontade, um trabalho simples e corriqueiro.                        (Site Miséria)                     Cariri

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