Apesar do crescimento na comparação mensal,
a indústria do Estado mostrou retração de 5,9% ante
abril do ano passado, conforme os dados do IBGE.
FOTO: Diário do Nordeste
A indústria cearense registrou avanço de 0,6% em abril deste ano, ante março, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-Regional), divulgada nessa sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi igual à média nacional para o período (de 0,6%) e o segundo maior dos País, atrás de Santa Cataria (1,2%) e empatado com Pernambuco e a Região Nordeste (ambos com 0,6%). Segundo o IBGE, apenas cinco estados, dentre os 14 pesquisados, cresceram nessa base de comparação.
No entanto, em relação a abril de2016, a indústria cearense teve queda de 5,9%, ocasionada pela recessão do setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, segundo o economista Guilherme Muchale da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). "Apesar de não ser tão expressivo em emprego, o setor tem muita força na movimentação de recursos e de produção. Esse segmento teve uma queda muito grande, de 75,2%, o que puxa o resultado estadual muito para baixo", diz.
Dos onze ramos pesquisados, apenas seis apontaram queda na produção e bem menos expressivas que a do petróleo e gás.
Muchale aponta que os outros setores tiveram reduções menores e que alguns tiveram altas, com é o caso da indústria de bebidas (18,1%), têxtil (30,8%), de metalúrgica (29,5%) e de outros produtos químicos (30,7%). "No acumulado dos últimos 12 meses, tínhamos resultados negativos, mas que vinham diminuindo o ritmo de queda desde junho do ano passado. Agora em abril, no entanto, voltou a cair mais um pouco, mas é reflexo do resultado de um único setor que tem um peso muito grande", elucida.
Muchale culpabiliza, ainda, a metodologia da pesquisa pelos números ruins em algumas bases de comparação. "O peso atribuído ao setor de petróleo e gás está defasado, é de 2010 ainda, e isso interfere nos resultados. Naquele ano, o contexto era bem diferente do de hoje. Se usassem um peso mais atualizado, talvez nos deparássemos com resultados melhores", finaliza.
Estados
Conforme a pesquisa, a indústria de Santa Cataria teve o maior crescimento em abril: 1,2%. Em seguida, vêm o Estado de Pernambuco e a Região Nordeste (ambos com variação de 0,6%). Minas Gerais avançou 0,5%. No Espírito Santo, a produção industrial ficou estagnada (crescimento de 0,0%).
Entre os estados que fecharam com resultado negativo, os destaques ficaram com o Amazonas e o Rio de Janeiro (ambos com queda em seus parques fabris de 1,9%); Paraná (-1,6%) e Goiás (-1,3%), que tiveram os resultados negativos mais acentuados. No caso do Amazonas, o Estado eliminou parte da expansão de 5,5% verificada em março último; no do Rio de Janeiro, houve interrupção na expansão, depois de três meses consecutivos de crescimento na produção (período em que acumulou ganho de 4% de taxas positivas).
Goiás teve o segundo mês de queda consecutiva (acumulando retração de 4,5% no período). As demais taxas negativas foram no Rio Grande do Sul (-0,8%), Pará (-0,8%), Bahia (-0,7%) e São Paulo (-0,1%).                     (Diário do Nordeste)

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