A EEFM Polivalente Governador Adauto Bezerra, em Crato, tem realizado um projeto inclusivo através da Literatura de Cordel junto aos integrantes do Centro Educativo do Cariri de Apoio as Pessoas com Deficiência Visual (CECAPDV). Desde fevereiro deste ano, os acompanhados pela instituição têm tido acesso a Literatura de Cordel através da oficina “ Encontro Poético”.

A coordenadora do projeto, Eliane Café, explica que a iniciativa busca proporcionar as pessoas com deficiência visual (cegueira total ou baixa visão) o acesso à cultura local através de ações simples como essa. Segundo Eliane Café, foi percebido que a literatura de Cordel não é encontrada em braille ou em áudio para pessoas com Deficiência -PDC, e a população de uma maneira geral, desconhece como essa literatura é produzida.

A partir dessa inquietação, conta a coordenadora, foi proposta e realização de uma oficina de cordel e a escolhida para ministrar a atividade foi a Poetisa Fátima Correia, integrante da Academia dos Cordelistas do Crato- ACC. Pelo projeto, os participantes têm acesso a explicações sobre Rima e métrica, além de produzirem seus próprios versos. A oficina que conta com aulas explicativas e acompanhamento individual, proporcionou ainda, visita a sede da Academia dos Cordelistas do Crato -ACC, onde os estudantes conheceram de perto como se imprime cordéis em uma tipografia.

Para Eliane Café, o cordel tem proporcionado um processo de empoderamento dos participantes.  “Essa oficina foi pensada para que eles tivessem acesso à cultura local, para que eles soubessem como é produzido o cordel. A ideia é que eles não fossem apenas consumidores, mas produtores, que o produto tenha a cara deles, e essa ferramenta sirva para expor ideias”, finaliza.

Entre os vinte e três participantes contemplados pelo projeto está Suyefane Pereira, de 22 anos , a estudante   conta que já possuía um caderno de poesias e gostou  de conhecer melhor o Cordel “ Tô achando muito bom, muitas coisas mudaram, aprendi muito, Eu tinha um caderninho que eu fazia as poesias, agora eu fiquei com mais vontade de escrever”, contou.

A Poetisa Fátima Correia que é professora aposentada e integrante Academia dos Cordelistas do Crato, onde ocupada a cadeira 18 que tem como patrono o poeta Chagas Batista, disse sentir-se gratificada pelo trabalho desenvolvido “ O que eu sinto é gratidão, alegria, recompensada, que meu esforço, meu trabalho ajudou a desenvolver o “eu” de cada um pra abrir sua mente a respeito do cordel, como fazê-lo, como expressar suas ideias. A experiência foi gratificante, eu me senti uma vencedora, apesar de aposentada, a didática não saiu de mim”, comentou.

A oficina de Cordel Encontro Poético resultou em um cordel coletivo formado por sextilhas em trinta e duas estrofes intitulado “ Coletânea Vital”. A capa do Folheto foi produzida pelos próprios estudantes e o cordel adaptado para braille e áudio. O lançamento deve acontecer até o final de junho na Academia dos Cordelistas do Crato.                                 (Site Miséria)

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