Equipe mineira esteve no Cariri e visitou o Geopark
Araripe, primeiro das Américas. FOTO: Serena Morais
O Geopark Araripe, sediado em Crato, vai servir de modelo para a construção do Geopark de Uberaba, em Minas Gerais. Professores e pesquisadores da Universidade Federal mineira visitaram a unidade e os nove geossítios, com o intuito de conhecer procedimentos técnicos e burocráticos. Os trabalhos estão avançados na montagem do projeto. A ideia inicial é incluir três elementos de expressão nacional e internacional, trabalhando o patrimônio geológico de Uberaba, considerado o maior centro de dinossauros do Brasil. O segundo tema a ser consignado é a raça de gado zebuína, introduzida em Uberaba em 1889. A terceira vertente é a questão religiosa, com destaque a Chico Xavier. Ele, que nasceu em São Leopoldo, é visto como o maior médium psicógrafo de todos os tempos. 

O professor Luiz Carlos, integrante da comissão, disse que o equipamento poderá ficar pronto o mais rápido possível e, dependendo da sua aprovação, será instalado nos próximos três ou quatro anos. Conforme o diretor do Geopark Araripe, Nivaldo Soares de Almeida, não é fácil conseguir autorização da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), responsável pelo gerenciamento global de Geoparks nas Américas. 

De acordo com Nivaldo, montar uma unidade dessa natureza, que começa com uma série de estudos a partir da seleção de equipes de estudiosos, pesquisadores e instituições, requer um trabalho minucioso com a realização de inventários nos campos da ciência, cultura, educação, patrimônio geológico e outros temas de destaque na área, o que poderá levar dois anos. Depois, o projeto submeterá a avaliação rigorosa e criteriosa por parte da Unesco, que já rejeitou muitos projetos para a instalação de geopark no Brasil. 

Acredita-se que não haverá dificuldades para Uberaba ter autorização de instalação de seu Geopark, haja vista a sua riqueza cultural, geológica, religiosa e paleontológica, elementos necessários para a criação de um território desses. Conforme Nivaldo, o Geopark Araripe não vai ajudar na construção do projeto e, sim, ser parceiro institucional com o fornecimento de informações que forem necessárias para tanto. “Nos próximos meses, estaremos seguindo viagem até Uberaba, com o objetivo de oferecer auxilio”, disse Nivaldo. 

Não é a primeira vez que estados do Brasil visitam o Geopark Araripe na busca de contribuição direta de socialização sobre como proceder na confecção de projetos e montagem de equipes. O diretor do Geopark Araripe garantiu apoio à equipe de Uberaba e disse que estará assessorando no que for preciso, por entender que o desejo é de que, quanto maior for o número de Geoparks em um continente ou país, maior é o fortalecimento da rede, o que possibilita maior força quanto às demandas necessárias. 

No próximo mês de setembro, o Geopark Araripe completará 11 anos de instalação. Em 2006, foi criado como o primeiro nas Américas e o único reconhecido pela Unesco no Brasil. No continente, dois anos atrás, foi instalado o Geopark Gruta Del Palacio, no Uruguai. O Geopark Araripe possui nove geossítios e abrange os municípios de Juazeiro do Norte, Santana do Cariri, Barbalha, Missão Velha e Nova Olinda. Uma de suas missões é conservar e proteger a geologia paleontológica e incentivar o turismo de qualidade.                  (Jornal do Cariri)

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