Tratamento com pele de peixe para tratar queimaduras
é desenvolvido no Ceará desde 2015

Universidade Federal do Ceará (UFC) inaugura nesta quinta-feira (13) o primeiro banco de pele de tilápia. O equipamento surgiu a partir dos estudos sobre a pele do peixe para tratamento de pessoas com queimadura, no entanto, a pesquisa deve ser estendida para outras áreas como a ginecologia, endoscopia, urologia, odontologia e otorrinolaringologia. Ao todo, mil peles serão armazenadas.

O banco será coordenado pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC, em parceria com o Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ). O banco de pele ficará na sede do NPDM, na Rua Coronel Nunes de Melo, no Bairro Rodolfo Teófilo.

O professor Odorico de Moraes, coordenador do NPDM, será responsável pela direção do banco, que terá ainda a coordenação médica de Edmar Maciel, presidente do IAQ, e coordenação de enfermagem de Cybele Leontsinis, do Centro de Tratamento de Queimados do Instituto Dr. José Frota (IJF).

Primeira pele animal do Brasil e a primeira de animal aquático do mundo estudada no tratamento de queimaduras, o curativo biológico de tilápia é usado em pacientes com queimaduras de segundo e terceiro graus.

Uma das vantagens apontada pelos pesquisadores para uso da pele é a diminuição dos procedimentos de troca de curativos, o que acarreta menos dor e desconforto ao longo do tratamento. Outro benefício é que a pele de tilápia tem maior quantidade de colágeno dos tipos 1 e 3, proteínas importantes no processo de cicatrização. O uso da pele de tilápia também evita contaminação bacteriana e perda de líquidos, secreção de natureza inflamatória.

A realização de um estudo multicêntrico está prevista para o segundo semestre de 2017 nos estados de Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, onde mil unidades da pele de tilápia esterilizadas vão beneficiar pacientes vítimas de queimaduras.            (G1)

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