Com 100%
do território suscetível à desertificação, o Ceará é o único estado da
federação que pode se tornar completamente infértil se não houver um trabalho
de recuperação das áreas em situação mais crítica.
A
desertificação é definida pela Convenção das Nações Unidas de Combate à
Desertificação como sendo a degradação de terras, nas zonas áridas, semiáridas
e subúmidas secas. O fenômeno é resultante de diversos fatores, entre eles as
variações climáticas e atividades humanas.
Mapeamento
atualizado do território cearense realizado em 2016 constatou que 17.042 km²,
equivalentes a 11,45% do estado, estão fortemente degradados e suscetíveis à
desertificação, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme). Para Margareth Carvalho, gerente do Núcleo de Recursos e Meio
Ambiente da Funceme, a recuperação dessas áreas é, em tese, possível.
"Para isso, precisamos de políticas públicas que tratem de manejo e
conservação do solo", acredita.
Os cinco
anos de seca contribuíram, fortemente, para o agravamento da situação. “Em
2013, contabilizamos mais de 30 mil açudes pequenos, de até meio hectare. Três
anos depois, em 2016, o número desses açudes caiu para menos de 18 mil”, relata
Margareth Carvalho. Segundo ela, o reservatório cria um ambiente mais úmido que
contém o solo, diminuindo o processo de erosão e permitindo agricultura de
subsistência.
Outro
fator que agrava a qualidade do solo é a queimada, quando o agricultor põe fogo
na mata para realizar plantio ou fazer pastagem. O processo, além de destruir a
vegetação, retira a camada orgânica do solo, deixando-o mais pobre em
nutrientes.
No período
de ventos fortes no Ceará, de julho a novembro, o fogo pode ser alastrar
facilmente destruindo grandes áreas da caatinga. Por essa razão, a
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) suspendeu, até o fim de
dezembro, as queimadas controladas no Ceará a fim de proteger a cobertura
florestal da caatinga.
(G1 CE)
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