Geopark Araripe estuda áreas para inclusão de
novos geossítios. FOTO: Serena Morais
Com território de quase quatro mil km², o Geopark Araripe possui rico patrimônio geológico em que se aliam estratégias de desenvolvimento regional sustentável baseadas em atividades de geoconservação, geoeducação e geoturismo. Agora, a entidade estuda a proposta de acrescentar mais três geossítios à lista composta por 26 áreas demarcadas. Com isso, o Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, o Sítio Santa Fé e as Levadas de Água poderão ter o reconhecimento e compor a Rede Global de Geoparques. 

A proposta para tornar a terra do Beato José Lourenço um geossítio é antiga. Inclusive, durante o “Seminário Caldeirão de Santa Cruz do Deserto: um projeto para o futuro”, realizado em 2016, a pauta foi discutida. Na ocasião, foram apresentados elementos que mostraram a importância em preservar o local, que, conforme relatos históricos, foi palco de um massacre na década de 1930. Atualmente, no sítio histórico, estão preservados uma capela, ruínas da casa grande, um cemitério e outras construções. O local pode ser transformado em unidade de conservação e, dentro dele, conter o geossítio. 

De acordo com Idalécio de Freitas, geólogo responsável pela coordenação de Geoconservação no Geopark Araripe, a escolha do Sítio Arqueológico de Santa Fé para o reconhecimento como um geossítio se deve à sua importância arqueológica. Acredita-se que o local serviu como santuário para rituais dos índios kariris, primeiros habitantes da região. Nas rochas, há pinturas rupestres gravadas. “Lá será necessário ter o controle de número de visitantes diários, diferentemente de outros geossítios”, explica Idalécio, fazendo referência aos cuidados com a preservação dos relatos históricos. 

As Levadas de Água foram criadas no início da segunda metade do século XIX e serviu para a divisão de águas vindas das fontes. De acordo com Nivaldo Soares, coordenador executivo do Geopark, as levadas estão dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Araripe. “É um ambiente com panoramas, uma vegetação e biodiversidade muito interessante”, destaca. Como mencionou, a inserção de novos geossítios tem como interesse tornar mais atrativa a visitação ao território do Geopark no sentido de colaborar para o desenvolvimento do turismo. 

De acordo com Idalécio, no momento ocorre a delimitação. “Todo geossítio tem que ter um mapa com tudo que existe nele. Após o processo de inventariação de cada geossítio, a proposta é enviada para a Rede Global de Geoparques para ser aprovada”, explica. Todos os geossítios, de acordo com ele, possuem sinalização e passam por frequentes manutenções. A degradação humana continua sendo um dos problemas, principalmente em trilhas feitas sem o acompanhamento de um guia credenciado.          (Jornal do Cariri)         Principal

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