Aliado à escassez de água, os problemas de saneamento
básico também são causadores do agravamento da DDA.
O número de casos confirmados da Doença Diarreica Aguda (DDA) no Ceará segue crescendo ininterruptamente. Para se ter uma ideia, somente até este mês de setembro, 249.853 notificações positivas da patologia já foram computadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa-CE), segundo o mais recente boletim divulgado pela pasta, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde. A situação deste ano é tão preocupante que, se manter o ritmo, ultrapassará a quantidade total de casos de 2016, que foi de 301.552 ocorrências.

Ainda no acumulado deste ano, o Ceará já registra uma média de 964 casos de DDA por dia, com um total de 17 surtos da doença. No ano passado, a média foi de 837 confirmações diárias, tendo 2016 fechado com 58 surtos. Somente em Fortaleza, até este mês de setembro, 28.179 registros da doença já foram confirmados. Maracanaú (12.179) e Caucaia (8.678) completam o pódio.

A DDA é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração de dois a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição.

Seca aumenta registro da doença
Em entrevista concedida ao Diário do Nordeste no início deste ano, o médico infectologista do Hospital São José, Robério Leite, afirmou que a seca que atinge o Ceará há pelo menos cinco anos tem ajudado a impulsionar as ocorrências de DDA em todo o Estado. "Aliado à escassez de água que gera maior contaminação, os problemas de saneamento básico também são causadores do agravamento da doença. Apesar do nosso clima não ter tanta variação, as temperaturas elevadas dificultam a conservação dos alimentos o que os tornam mais suscetíveis à contaminação", explicou.                (Diário do Nordeste)                                       Ceará Principal

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