O Açude Castanhão, em 14 de dezembro passado, estava assim. Ontem o Castanhão armazenava 4,07%. FOTO: Honório Barbosa - Diário do Nordeste |
Pela
primeira vez em seis meses, o Ceará voltou a ter menos de 10% de água
armazenada nos reservatórios monitorados. O último registro superior ao índice
tinha sido em março. No entanto, a situação atual (9,8%) dos reservatórios —
amenizada depois de uma quadra chuvosa em torno da média histórica — ainda é
melhor que a de setembro do ano passado, época em que só havia, conforme o
Portal Hidrológico do Ceará, 8,8% de água acumulada.
Mesmo
assim, dois dos maiores e mais estratégicos açudes estaduais têm sofrido
consecutivas baixas. No dia 27 de janeiro deste ano, o Castanhão armazenava
somente 4,97% da capacidade; ontem, registrava 4,07%. Já o Orós, que, por nove
meses (entre julho de 2016 e março de 2017), tomou o protagonismo do
abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) junto ao Castanhão,
saiu de 12,37% em 27 de janeiro deste ano para 8,31% no relatório de ontem.
Cada
vez mais seco, o Ceará contribui, assim, para posicionar o Nordeste como a pior
região do Brasil em armazenamento de água para o sistema hidrelétrico. De
acordo com banco de dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS),
atualizado na última segunda-feira, 25, o Nordeste tem somente 9,64% de água em
razão da capacidade total, enquanto que Centro-Oeste tem 25,48%, Norte tem 35,7%
e Sul tem 37,8%.
Bacias
hidrográficas
De
todas as bacias do Ceará, a que está com menos água atualmente é a dos Sertões
de Crateús, que opera com 0,6% da capacidade. Em seguida, em pior situação,
estão: Baixo Jaguaribe (1%), Banabuiú (2,9%), Médio Jaguaribe (3,7%) — onde
está localizado o Castanhão — e Alto Jaguaribe (8,5%) — onde fica o Orós.
A
região Norte do Estado, onde mais choveu neste ano, segundo a Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), é a que mais concentra água nos
reservatórios.
A
região hidrográfica mais abastecida é a de Coreaú (66,1%), seguida do Litoral
(48%), da Metropolitana (24,9%), da Serra da Ibiapaba (24,3%), de Acaraú
(21,7%), do Salgado (11,9%) e do Curu (11,5%). (O Povo) Cariri Principal
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