Das quase 28 mil infrações registradas pelo Detran no
primeiro trimestre deste ano 2017, 5,9 mil foram por conduzir
moto sem capacete.FOTO: Fernando Amorim-Agência
A Tarde
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Com mais de 3 milhões de veículos
circulando e 2 milhões de condutores habilitados, conforme os dados mais
recentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran - Ceará), o tráfego nas
cidades cearenses pulsa, das vias livres na madrugada aos extensos
congestionamentos matutinos. Porém, nem todos os motoristas seguem as normas ao
volante ou ao guidão e, quando são abordados pelos agentes fiscalizadores,
surgem as mais variadas desculpas para a condução indevida dos veículos.
Das quase 28 mil infrações
registradas pelo Detran no primeiro trimestre de 2017, 5,9 mil foram por
condução de motocicleta sem capacete; 4,3 mil por estacionamento irregular; 3,2
mil por condução de veículos não licenciados; 1,8 mil por condução sem
habilitação; 915 por não uso do cinto de segurança e 748 por direção sob
influência do álcool. No período, o órgão realizou 2 mil blitze e identificou
21,5 mil veículos irregulares.
Segundo o major Rubens Pereira, da
Polícia Rodoviária Estadual (PRE), "é muito difícil abordar alguém numa
blitz e essa pessoa ser sincera e honesta", nem mesmo quando os fiscais
puxam informações do sistema de penalidades do Detran ou da Coordenadoria
Integrada de Operações de Segurança (Ciops). Para os transgressores, o erro
sempre "está no sistema".
Dos não-licenciados, escutam:
"Eu ia regularizar amanhã" ou "Não estou em condições de pagar
agora". De quem não usa o cinto de segurança: "Acabei de sair do
posto/farmácia e esqueci de colocar". De quem dirige veículos clonados:
"Eu não sabia" ou "O carro é emprestado". O pior para o
agente, porém, é quem tenta minimizar a ingestão de álcool. "Dizem que não
tomaram, ou que tomaram só um pouquinho", conta.
O chefe de policiamento
da Polícia Rodoviária Federal (PRF-CE), Ricardo Araújo, afirma que, além dos problemas
financeiros, os motivos mais ouvidos pelos agentes são o desconhecimento dos
defeitos em equipamentos.
"Eles têm conhecimento da lei,
mas não sabem respeitá-la. Quando se faz uma regulamentação e se limita o
direito de transitar, é pensando na segurança deles. Alguns não usam o cinto
dizendo que é incômodo, mas a possibilidade de sair ileso de um acidente é
muito alta. Já atendi a algumas ocorrências em que o carro estava acabado, mas
o condutor não tinha um arranhão", salienta.
Acidentes
Araújo acredita que falta
conscientização da maioria dos condutores no engajamento por um trânsito mais
seguro, defendido pelas campanhas nacionais de trânsito todos os anos. Segundo
levantamento do Detran, em todo o ano passado, foram registrados quase 28 mil
acidentes de trânsito no Estado, com 2.207 vítimas fatais. Outras 10.777
pessoas ficaram feridas.
Divulgada na última segunda (25), uma
pesquisa nacional realizada pela empresa Arteris avaliou as principais
desculpas de 2.686 motoristas, das cinco regiões do País, ao assumirem
comportamentos de risco no trânsito. A infração mais recorrente foi o uso do
celular: 51,9% dos brasileiros já utilizaram o aparelho ao dirigir. Nesse caso,
as desculpas foram o uso de aplicativos de localização ou música (37,7%) e a realização
ou recebimento de ligações importantes ou urgentes (36,1%).
Segundo a pesquisa, dos 8,9% de
brasileiros que nem sempre utilizam o cinto de segurança, 35,5% usaram a
desculpa da falta de atenção e, 12,8%, da baixa necessidade de uso do cinto em
trajetos curtos.
Quanto ao excesso de velocidade,
40,7% dos motoristas admitiram abusar dos limites em determinadas ocasiões.
Desses, as principais desculpas foram a pressa (28,7%), os limites baixos
(13,4%) e a falta de atenção (11,3%). (Diário do Nordeste)
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