As exportações cearenses
alcançaram no acumulado de 2017 a cifra de US$ 1,29 bilhão – alta de 87,4%
quando comparado ao mesmo período de 2016. Já as importações atingiram US$ 1,53
bilhão – queda de 46,1%. O resultado final de tais trocas comerciais resultou
em déficit de US$ 245 milhões na balança cearense dos primeiros oito meses de
2017. Apesar de negativo, o valor representa uma evolução em 88,6% em relação a
2016, quando o Estado acumulou déficit superior a US$ 2,1 bilhões de janeiro a
agosto.
Os dados fazem parte do
estudo Ceará em Comex, produzido pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC
avaliando o desempenho do mês de agosto. Segundo o levantamento, o resultado do
oitavo mês do ano é o quinto melhor em termos de valores (US$ 156,5 milhões) –
apesar da queda de 4,0% sobre julho. Mesmo com a retração, o desempenho do mês
é de 24% superior no comparativo com agosto de 2016, quando se exportou US$
126,3 milhões. Trata-se do décimo terceiro mês consecutivo em que o Estado
registra aumento quando comparado com 2016.
Em relação às
importações, o estudo mostra um aumento de 1,5% de agosto sobre julho. Foi o
mês com o segundo maior montante de 2017, com US$ 212,7 milhões, atrás apenas
dos US$ 251,9 milhões registrados em março. O crescimento é ainda mais
expressivo se analisado com base no mesmo mês do ano passado, com variação de
70%. Como resultado dessas movimentações, a balança comercial cearense
registrou um déficit de US$ 56,2 milhões no mês de agosto.
Os resultados das trocas
comerciais do Estado influenciaram diretamente nas participações das
exportações e importações cearenses na balança comercial do Nordeste no
acumulado do ano (Gráfico 2), onde o peso das vendas externas do Ceará avançou
de 8,35% (em 2016) para 11,66% (em 2017), e das compras do exterior passou de
22,32% (ano passado) para 11,79% (atual). Em relação à participação na balança
comercial do Brasil (Gráfico 3), as vendas externas do Estado apresentaram
alta, de 0,55% para 0,88%. Em contrapartida, a participação das compras do exterior
regrediu de 3,11% para 1,56%.
Nordeste
O Ceará posicionou-se em
2017 na 15ª colocação no ranking dos estados exportadores brasileiros, com US$
1,28 bilhão. Em termos de indicadores de crescimento, o Ceará registrou a
quarta maior alta no país com 87,4% – bem acima da média nacional com 18,1%.
Vale ressaltar que todas as unidades federativas exibiram ampliação nas
exportações no comparativo de 2017 sobre 2016.
No que tange aos dez
principais municípios exportadores do Ceará, metade apresentou queda nas vendas
externas sobre o ano anterior. Vale o destaque para o município de Caucaia, com
um decréscimo de 48,3%. São Gonçalo do Amarante lidera a lista das exportações,
com US$ 683,1 milhões, em virtude do aumento exponencial de 2.501,8%
(representando mais da metade da pauta exportadora cearense). As exportações da
Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) têm destaque na série temporal do Ceará,
repercutindo diretamente nas vendas externas do referido município.
Fortaleza vem em segundo
no ranking com US$ 106,5 milhões, praticamente repetindo o desempenho do ano
anterior, com um aumento de 0,1%. Itapipoca exibiu uma expansão de 31,9% nas
exportações, sendo o segundo município com maior crescimento quando comparado a
2016.
Setores exportadores
Examinando o ranking dos
principais setores exportadores do Ceará, o setor de “ferro fundido, ferro e
aço” segue liderando, com aumento de 5.794,3 pontos percentuais (saindo de US$
11,0 milhões para US$ 646,7 milhões) sobre 2016. Mais uma vez, constata-se a
importância da CSP no perfil das exportações cearenses. Ainda como destaque,
registra-se o aumento no setor de “Combustíveis e óleos minerais, produtos da
sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais”, com 150,9%. Em sentido
contrário, “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos”; “Frutas (incluindo
castanha de caju); cascas de frutos cítricos e de melões”; e “Algodão, fios e
tecidos de algodão” registraram as maiores quedas, respectivamente de 67,2%;
37,7%; e 32,9%. Esses três setores vêm apresentando recorrentes quedas ao longo
de 2017.
A pauta exportadora
cearense, quando analisada por produtos, mostra a força do setor calçadista,
que obtém três produtos entre os dez mais exportados. Também vale o destaque
para a performance dos produtos originários da CSP, “outros produtos
semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular”,
que lidera esse ranking com um aumento de quase 11 mil pontos percentuais sobre
2016.
Principal destino dos
produtos comercializados ao exterior pelo Estado, os Estados Unidos, ainda que
tenham perdido participação na pauta exportadora (caindo de 27,1% para 23,9%),
avançaram em valores, passando de US$ 185,7 milhões para US$ 306,4 milhões
(alta de 65,0% no período). Vale ainda ressaltar os expressivos aumentos para a
Coreia do Sul (3.402,3%); México (1.394,9%); e Turquia (1.354,4%).
Importações
Verificando o ranking
dos estados brasileiros importadores em 2017, o Ceará se firma na décima quarta
posição, com US$ 1,5 bilhão. Apenas cinco Unidades da Federação (RJ, CE, DF, PA
e SE) apresentaram decréscimos nas compras do exterior. A queda exibida pelas
compras externas cearenses é a maior do país, com 46,1% em relação a 2016.
São Gonçalo do Amarante
continua sendo a cidade com maior participação (42,4%) no ranking dos municípios
cearenses importadores, com US$ 648,1 milhões. Destaques para Tianguá e
Eusébio, com aumentos respectivos de 133,3% e 93,6% quando comparados com o ano
anterior.
Em relação aos
principais setores importados pelo estado em 2017, “Combustíveis e óleos
minerais” lidera a lista, com US$ 589,1 milhões, 91,1% acima do registrado no
mesmo período do ano passado. Outros destaques dizem respeito aos elevados
aumentos nas participações de “Ferro fundido, ferro e aço” e “algodão, tecidos
e fios de algodão”, respectivamente em 323,1% e 71,8%, se comparados ao ano de
2016. O setor de “Máquinas, aparelhos mecânicos e suas partes” registrou queda
de 92,3%, em virtude, em sua grande parte, do início das operações da CSP e fim
das importações de maquinários pela Companhia.
A China figura como o
principal parceiro das importações cearenses em 2017, com US$ 260,0 milhões,
apesar do decréscimo de 31,6% em relação a 2016. Grandes aumentos foram
registrados com Austrália (360,3%), Nigéria (209,0%), e Moçambique (778,6%).
Com informações do Sistema FIEC Principal
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