A menos de um mês para começar o horário de verão,
o governo federal vai decidir, nas próximas semanas, se a medida será ou não
extinta no país. Responsável pela questão, o Ministério de Minas e Energia
(MME) encaminhou a ata à Casa Civil da Presidência da República e espera uma
resposta. Se o presidente Michel Temer bater o martelo depois de 15 de outubro,
data prevista para começar o horário de verão deste ano, a hora será adiantada
normalmente e a decisão sobre a possível extinção da medida só valerá a partir
de 2018.
O documento, produzido pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) para o MME, constatou que a hora adiantada não tem
relação direta entre a redução de gastos e o consumo de energia elétrica e sua
produção.
Segundo o relatório, a manutenção do horário de
verão é considerada uma "questão cultural". "Em termos
integralizados (diurno e noturno), o horário de verão não atendeu ao que se
propôs - ou seja, não há relação direta com redução de consumo e demanda",
mostrou o estudo.
A popularização dos aparelhos de ar condicionado é
uma das principais razões dessa mudança. No relatório, técnicos do MME
apontaram que a temperatura é o que mais influencia nos hábitos do consumidor,
e não a incidência da luz durante o dia.
Como o calor é mais intenso no fim da manhã e no início
da tarde, os picos de consumo são registrados atualmente nesses períodos. De
acordo com dados do ONS, o horário de ponta ocorre, atualmente, entre 14h e
15h, e não mais entre 17h e 20h, período em que os trabalhadores retornavam
para casa e tomavam banho.
Para dar mais folga e segurança ao sistema,
adiantar os relógios em uma hora permite, por exemplo, adiar o acionamento da
iluminação pública nas ruas - o que adia parte da demanda e reduz a
concentração do uso de energia, diminuindo custos do sistema elétrico.
Apesar do novo estudo, no ano passado, ainda
segundo dados do MME, o horário de verão durou 126 dias e gerou uma economia de
R$ 159,5 milhões ao sistema, ao reduzir o acionamento de usinas termoelétricas.
O custo é considerado irrelevante para o setor. A primeira vez que o Brasil
adotou o horário de verão foi em 1931. Desde 1985, ele é aplicado todos os
anos. (Correio
Braziliense)
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