Mais um ano que Salete Cruz Bezerra acompanha Nossa Senhora das Dores na “carroça andor”. FOTO: Antonio Rodrigues |
Juazeiro do Norte. Tradição, fé e criatividade. Há 46 anos acontece a
Procissão dos Carroceiros que, anualmente, reúne dezenas de fiéis para
percorrer a Rua São Pedro na semana que antecede o dia de Nossa Senhora das
Dores, padroeira de Juazeiro, no próximo dia 15 de setembro. O evento, este ano,
concentrou-se na sede Fundação Leandro Bezerra de Menezes e reuniu cerca de 80
carroceiros que desfilaram na principal rua comercial da cidade, no início da
noite deste domingo (10). O trajeto também contou com a participação da Banda
de Música Municipal, fanfarra da escola Moreira de Sousa e de grupos
folclóricos locais.
Cada carroceiro trouxe sua família, ornamentou seu
transporte e deu brilho ao centro da cidade. Na carruagem, imagens de Nossa
Senhora das Dores e do Padre Cícero foram frequentes. A procissão é um dos
principais eventos do calendário da festa da padroeira do Município e dá início
a semana da “Grande Romaria”, período que recebe maior número de romeiros.
Organizada pela Fundação Leandro Bezerra de Menezes, este ano contou com apoio
da Basílica de Juazeiro do Norte e a secretarias de Cultura e, também, Turismo
e Romaria.
Segundo o carroceiro João Hélio Gomes, a procissão é um
tradição que lembra os primeiros romeiros que chegaram na cidade. “Eu venho
desde o tempo de meu avô. Ele me trazia para cá, mas hoje o que me traz é a fé
que tenho em Nossa Senhora e a tradição que fui criado”, explica. Enquanto o
aposentado Antonio Gomes de Araújo enxerga o evento como comemoração. “É um dia
festivo para a cidade. Além da fé, é momento de celebração e alegria”,
completa.
Já o carroceiro Antonio Severiano Rosa, que trouxe toda
sua família, valoriza o dia para estar junto com as pessoas que trabalham e
dependem deste transporte para sobreviver. “Desde os 12 anos eu venho e peguei
a tradição. Todo ano venho agradecer, pois carroça é meu o ganha pão. Tenho que
ganhar o feijão. Nós somos pobres, mas somos pais de família”.
Além dos carroceiros, os grupos de tradição, como o
Reisado do Mestre Bagaceira, Reisado do Mestre Dedé e a Banda Cabaçal
Mestre Leandro, acompanharam a procissão em todo seu trajeto. De acordo com
Maria Gomide, diretora do Núcleo de Arte, Educação e Cultura, a participação
destes grupos na romaria faz parte de cronograma de trabalho que a Secretaria
de Cultura vem desenvolvendo ao longo do ano. “A articulação, de certa forma,
vêm de uma bagagem anterior. Toda a equipe que está agora são pessoas do meio.
Eu já convivo com esse grupos desde que nasci. Os contatos já estão
estabelecidos”, explica.
A procissão terminou com uma missa na Basílica de Nossa
Senhora da Dores, celebrada pelo Padre Cícero José, às 19 horas. A manifestação
deu início em 1971 com o empresário Leandro Bezerra de Menezes e, após sua
morte, sua esposa Salete Cruz Bezerra deu continuidade. Todo ano ela traz, ao
seu lado, a imagem da padroeira de Juazeiro do Norte no andor criado na
carroça.
Romaria
Durante os dias 10 e 15 de setembro,
são esperados cerca de 400 mil romeiros em Juazeiro do Norte. A Prefeitura
realizou pequenas obras para melhorar a estrutura e o aspecto do Município. A
principal delas é o Estacionamento do Romeiro, que poderá receber 185 veículos
de grande porte. Enquanto a segurança e cuidado do patrimônio será feita por um
contingente de 85 guardas civis, que terão apoio, pela primeira vez, de uma
unidade móvel.
(Blog Diário Cariri)
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