A deputada Rachel Marques disse que o momento é de unir esforços em prol do Ceará. Ela defende apoio à eleição de Lula e reeleição de Camilo. FOTO: José Leomar |
A
cada encontro realizado entre o governador do Estado, Camilo Santana, e o
senador da República, Eunício Oliveira, aumentam as expectativas sobre uma
possível aliança entre as duas lideranças com vistas ao pleito de2018. Petistas
e peemedebistas do Estado já se dizem favoráveis à tal proximidade, desde que
ela seja benéfica para a população.
Nas
últimas semanas, na presença do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, com
lideranças de ambos os lados ou apenas entre os dois, Camilo e Eunício têm
conversado, principalmente, sobre a destinação de recursos para melhorias de
algumas áreas do Ceará, como Saúde, Educação, Segurança Pública ou Recursos
Hídricos. No entanto, de acordo com alguns interlocutores, a discussão política
também tem sido tratada.
O
senador despachou, por exemplo, para a Comissão Econômica (CAE) R$ 220 milhões
destinados à Prefeitura de Fortaleza, com objetivo de dar continuidade a obras
como construção de policlínicas, Cucas e investimentos nas áreas sociais. A
liberação pode ser feita até a próxima semana. A aproximação entre PMDB e PT
não ocorre apenas no Ceará, é um fenômeno nacional, principalmente, entre
peemedebistas mais próximos do ex-presidente Lula e que não acompanham a gestão
Temer.
De
acordo com Manoel Santana o PT tem posições diversas sobre o tema, onde alguns
setores da legenda até apoiaram a eleição de Eunício Oliveira, em 2014. Outros
criticam a postura do senador quando da votação do impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff. Do lado peemedebista, nomes atestam que nada tinham contra a
figura do ex-presidente Lula, mas contra os empecilhos causados pela gestão
Dilma Rousseff. "Camilo e Eunício foram aliados no passado, e o que
desgastou essa aliança não tem nada a ver com os dois. Essa aproximação de
agora demonstra interesse ao Estado do Ceará e pode ter, sim, um desdobramento
em aliança política, o que seria um caminho natural", disse o parlamentar.
Danniel
Oliveira (PMDB) afirmou que "o cardápio" principal das conversas tem
sido a busca por recursos que beneficiem o Ceará. No entanto, ele destacou que
a discussão sobre aproximação política não deixa de ser parte importante desse
"cardápio". "As conversas acontecem pregando essa união porque
sabe o beneficio que traz ao Ceará. Como temos que colocar o Estado em primeiro
lugar, aliado ou não, o senador tem que continuar fazendo isso".
O
peemedebista disse ainda que, num contexto geral, os dois estando lado a lado é
algo que traz benefício para o Ceará. "Ninguém pode achar que a união de
forças para ajudar o Estado não seja algo bom. Mas existem muitas contradições
políticas do atual Governo que nós não abraçamos", disse. Audic Mota
(PMDB) reafirmou que a aproximação é algo que é visto como positivo para o
Ceará, desde que traga resultados para a população. "Ela deve ser clara,
transparente, com pauta. Qualquer aproximação eleitoral deve ser consequência
de uma conversa política entre as duas maiores autoridades do Estado".
Nada
contra
Rachel
Marques (PT) também salientou não encontrar qualquer restrição para essa
aproximação, ressaltando ainda que é um momento de unir esforços em prol do
Ceará. Segundo ela, isso terá maior relevância quando se apoiar o projeto de
reeleição do governador Camilo Santana bem como com eventual candidatura do
ex-presidente Lula a presidente da República. "Por enquanto, o PT não
discutiu nada oficialmente. Só temos opiniões e não tenho nada contra essa
aproximação, uma vez que o foco é esse". Já Elmano de Freitas ressaltou
que o PT só realizou discussões quanto à campanha de Lula e de Camilo Santana.
No entanto, ele destacou que o partido, atualmente, tem uma vaga no Senado
Federal, assento de José Pimentel, sendo de interesse da agremiação se manter
com esta vaga. "Minha posição pessoal é que o PT não deve abrir mão da
vaga para o Senado". (Diário do Nordeste) Política Principal
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