Ritmo de trabalho da Transposição do Rio São Francisco deve abranger os três turnos. FOTO: Elizângela Santos |
Na tentativa de antecipar a chegada
das águas, por meio da Transposição do Rio São Francisco, ao Estado do Ceará, até pelo
menos o fim de janeiro de 2018, o Ministério da Integração Nacional mantém
negociação com a Emsa-Siton, consórcio responsável pelas obras, para que estas
sejam aceleradas no Eixo Norte com um ritmo de trabalho em três turnos. Dessa
forma, os cearenses teriam acesso a água mesmo antes da conclusão total do
equipamento, previsto para maio do próximo ano.
Foi o que disse o presidente do
Conselho Gestor do Projeto de Integração do Rio São Francisco (CGPISF), Antonio
Luitgards Moura, antes da reunião com os representantes das bacias
hidrográficas do Nordeste, realizada ontem na sede da Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos (Cogerh), na Capital.
"Estamos com essa negociação
para começar a trabalhar em três turnos, isso gera um custo a mais. Contamos
com o empréstimo das bombas da Sabesp por mais um ano. Assim, se for necessário
agilizar o avanço das águas mesmo antes de os reservatórios ficarem cheios, a
gente pode utilizar essas bombas do mesmo jeito que foi feito no Eixo Leste da
Transposição", diz.
O efetivo da obra, hoje composto por
cerca de mil trabalhadores, deve ser dobrado ainda neste mês, segundo
acrescenta o secretário de Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira,
também para ajudar nesse processo. "A intenção demonstrada pelo ministro
Helder Barbalho é essa. Agora é esperar que a empresa responda ao que o
Ministério quer", afirma.
Somente na Região Metropolitana de
Fortaleza (RMF) 4,5 milhões de pessoas devem ser beneficiadas com as águas do
Rio São Francisco e, diante de um possível quadro irregular de chuvas no
próximo ano, a conclusão das obras do Eixo Norte se torna essencial para evitar
um colapso hídrico. "Temos água hoje suficiente até o fim do primeiro
semestre de 2018. O Castanhão e o Orós, não havendo aporte, não nos ajudam
mais. Até agosto, dá para conviver com o que temos, mesmo que tenhamos chuvas
irregulares no próximo ano", diz.
O caminho da água até as torneiras
dos cearenses deve ser facilitado, ainda conforme Teixeira, com a conclusão dos
primeiros 53 quilômetros do Cinturão das Águas, também previsto para janeiro
próximo. "Com isso a gente pode chegar com água ao Castanhão dentro de um
mês".
Encontro
Pela primeira vez realizada fora de
Brasília, a reunião ordinária do CGPISF teve como objetivo discutir aspectos da
Gestão da Integração do Rio São Francisco, entre eles, a delegação da operação
e manutenção dos reservatórios, a minuta do contrato de prestação de serviços
entre a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) e as
operadoras estaduais, além do Plano de Gestão Anual 2018. "A união está
negociando com os quatro estados o contrato de gestão, como vai ser o
pagamento, quem vai ser o operador federal que ainda não está definido, uma série
de problemas de gestão que estão sendo tratados ainda, e se a gente precisar,
vai aumentar a periodicidade dessas reuniões até fechar o contrato", disse
Antonio Luitgards Moura. (Diário do Nordeste)
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