A cada grupo de seis municípios
cearenses, um relata ter altos níveis de problemas relacionados ao consumo de
crack. Os dados da plataforma digital Observatório do Crack
(www.crack.cnm.org.br), desenvolvida pela Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), aponta que 32 das 184 cidades do Estado (17,39%) se encontram em
situação grave quanto à droga.
A situação no Ceará não é muito
diferente da do restante do País: o levantamento aponta que 1.151 dos 5.568
municípios do Brasil (20,67%) se reconhecem com o mesmo índice de gravidade em
relação ao crack.
O Observatório do Crack funciona da
seguinte forma: gestores municipais das áreas de Assistência Social, Educação,
Saúde ou mesmo os próprios prefeitos respondem a um questionário online de 25
perguntas. Eles fazem ainda uma avaliação dos níveis de problemas relacionados
ao crack nas respectivas cidades, classificando-os como altos, médios ou
baixos.
No Ceará, apenas sete municípios
(3,8%) se autoavaliaram com poucos problemas quanto ao crack: Altaneira,
Ararendá, Capistrano, Ererê, Iracema, Poranga e Salitre. A nível nacional, o
panorama também não é muito diferente, pois 4,56% dos municípios brasileiros se
encontram em melhor situação.
A maioria dos municípios cearenses
(75) que responderam aos questionários se considera com níveis médios de
problemas em relação ao crack. Entre eles, Fortaleza.
Os números
Consultor da CNM, Eduardo Stranz
aponta que, por se tratarem também de conceitos subjetivos, a plataforma não
está imune à aplicação de autoavaliações imprecisas. “Nos questionários são
informados problemas de evasão escolar, demanda de leitos de hospital além de
questões de segurança. A plataforma é importante por retratar a visão do poder
público em relação ao crack. E isso era uma coisa que antes ficava escondida”,
ressalta.
Os números — tanto no Ceará quanto no
restante do País — poderiam ser ainda mais significativos e precisos. Isso
porque uma parcela representativa dos municípios não respondeu aos
questionários da plataforma. No Estado, são 33 (17,94%). No País, 944 (16,95%).
“A adesão é voluntária. Frequentemente fazemos rodadas de contatos com os prefeitos
convidando-os a preencher a plataforma”, complementa Eduardo.
Usuários
A plataforma não traz dados
quantitativos do uso de crack no País. As estatísticas mais significativas
quanto a esses números foram elaboradas pela Fundação Oswaldo Cruz em 2010 e,
portanto, estão defasadas. Os dados apontam que o Brasil tinha, à época, cerca
de 2 milhões de usuários de crack.
Cidades cearenses com problemas graves
relacionados ao crack
1. Aiuaba
2. Apuiarés
3. Aracati
4. Aquiraz
5. Barbalha
6. Barreira
7. Beberibe
8. Boa Viagem
9. Cariré
10. Catunda
11. Eusébio
12. Forquilha
13. Ibicuitinga
14. Iguatu
15. Irauçuba
16. Itapipoca
17. Itaitinga
18. Itarema
19. Juazeiro do Norte
20. Maracanaú
21. Massapê
22. Miraíma
23. Morada Nova
24. Paraipaba
25. Pentecoste
26. Pereiro
27. Pires Ferreira
28. Russas
29. Sobral
30. Tabuleiro do Norte
31. Trairi
32. Umirim (Jornal O Povo) Cariri Principal
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