Responsável por quase metade dos empregos formais no Ceará, as mais de 390 mil empresas de pequeno porte em atividade no Ceará representam quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, gerando uma arrecadação anual em torno de R$ 20 bilhões, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Mesmo em períodos de crise, os pequenos negócios costumam adiar demissões, buscando outras alternativas para continuar em atividade.

"Durante o período de crise como este em que estamos, quem menos desempregou foram as micros e pequenas empresas, que são as últimas a desempregar. Normalmente as micro e pequenas empresas só demitem quando o mercado não está consumindo", diz Alci Porto, diretor técnico do Sebrae Ceará. "Hoje, continuamos com as micro e pequenas como as maiores empregadoras do Estado, com 52% dos empregos gerados. Isso tem um impacto muito forte na sociedade e na distribuição de renda, porque são elas que estão presentes nos municípios e bairros mais pobres", acrescenta.

Com maior flexibilidade para realizar mudanças do que grandes empresas, as de pequeno porte conseguem se adaptar melhor em momentos de crise. "Algumas, para não fechar as portas, chegam a mudar de atividade", diz Dalvani Mota, presidente da Federação das Associações de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no Ceará (Femicro-CE). "As micros e pequenas empresas estão sempre criando, inovando e mudando de atividade", diz. Nessa crise, ela conta que muitas empresas do Estado, principalmente dos setores da indústria e do comércio acabaram migrando para o setor de alimentação. "Do início do ano até agosto houve muita mudança, mas agora a gente percebe muita gente otimista, com a possibilidade de chegar bem ao final do ano", afirma. "E as pequenas empresas que chegaram até aqui, certamente estão mais preparadas".


Dia comemorativo
Segundo Porto, neste ano, o Sebrae deverá atender 67 mil empresas em atividade no Ceará, além de aproximadamente 80 mil empreendedores que pretendem montar seus próprios negócios. Nesta quinta-feira, o Sebrae promove o Dia da Micro e Pequena Empresa, com a realização de diversas atividades voltadas ao empreendedorismo e atendimentos gratuitos. 

Dentre as micro e pequenas empresas do Ceará, 51,5% são do setor do comércio, 29,7% de serviços, 14,6% da indústria, 3,5% da construção civil e 0,4% do setor agropecuário. Com relação ao rendimento gerado pelas empresas, 18% delas recebem mais de cinco salários mínimos, enquanto no Brasil esse percentual chega a 32%. No Estado, as pequenas respondem por 47,3% dos empregos formais, acima da média nacional (45,8%).

Considerando a categoria de microempreendedores individuais (MEI), o Ceará é o décimo estado do País com maior crescimento e o terceiro do Nordeste, com 215.198 cadastros no fim de 2016. No Estado, as MEIs são responsáveis por 5.342 empregos formais. Já Fortaleza, é o sexta cidade brasileira com o maior concentração de MEIs e a segunda maior da Região, com 98.732 cadastrados, o que representa 1,48% do total do País.

Brasil
No Brasil, os setores com maior número de microempreendedores individuais é o de comércio (37,4%), seguido de serviços (37,2%), indústria (15,3%), construção civil (9,5%) e agropecuária (0,6%). Segundo dados do Sebrae, os setores de serviços e da construção civil têm aumentado sua participação no total de negócios, enquanto o comércio e a indústria têm diminuído sua contribuição para o número total de microempreendedores individuais. As micro e pequenas empresas representam 98,5% dos empreendedores no País e respondem por 27% do PIB.

Das vinte atividades com maior número de microempreendedores individuais, seis são atividades do comércio, nove de serviços, dois são da indústria e três da construção civil. As cinco mais frequentes são comércio varejista de vestuário e acessórios (9,8%); cabeleireiros (7,3%); obras de alvenaria (4,1%); lanchonetes e similares (2,8%). As 20 maiores atividades em número de MEI concentram 51,9% do total.          (Diário do Nordeste)

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