O
quarto trimestre deste ano promete ser menos generoso na oferta de empregos
temporários na comparação com anos anteriores no varejo e serviços. Segundo
pesquisa realizada pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL), esses dois segmentos ofertarão 51 mil vagas entre os meses de
outubro e dezembro. Levando em consideração o cenário para o varejo local, o
presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Severino
Ramalho Neto, avalia que a situação regional é de avanço, ainda que muito
lento.
"A
nossa expectativa é muito positiva, mas ainda não há uma recuperação
total", detalha, acrescentando ainda que Fortaleza tem um agravante.
"Nós tivemos um forte desenvolvimento na área de venda, sobretudo com o
crescimento no número de shoppings, então é uma disponibilidade maior de metro
quadrado para cobrir com mão-de-obra", diz Severino.
O
presidente da CDL destaca que as sapatarias devem continuar, neste fim de ano,
como os principais segmentos do varejo em termos de contratação temporária.
"As sapatarias sempre têm uma representatividade muito grande. A parte de
perfumaria e de presentes, em geral, também demandam bastante no período",
avalia.
O
segundo semestre é um período bastante aguardado não só por aquelas pessoas que
não conseguiram uma colocação no mercado de trabalho no decorrer do ano mas
também por estudantes que veem no trabalho temporário a oportunidade de obter
uma renda.
A
pesquisa da CNDL, de abrangência nacional, ouviu 1.168 empresários e gestores
responsáveis pela contratação de mão de obra em empresas de serviços e comércio
varejista em todas as capitais e interior.
Expectativa
Entre
os empresários consultados, 38% disseram estar confiantes de que as vendas de
fim de ano vão superar as realizadas em 2016. Mesmo assim, segundo a pesquisa,
82% asseguraram que não vão precisar reforçar o quadro de funcionários para o
fim do ano, incluindo temporários e efetivos. Trata-se de um quadro, segundo os
responsáveis pela pesquisa, condizente com os passos lentos de uma economia que
se propõe a iniciar a crescer gradualmente.
Entre
os empresários que não contrataram e não pretendem contratar novos
funcionários, 49% acreditam que a atual equipe conseguirá atender o volume de
clientes e não veem necessidade de contratação.
Outros
18% dos empresários consultados acreditam que o movimento no final do ano não
irá aumentar. Ainda de acordo com o levantamento, 48% acreditam que não
precisarão mudar nada na forma de trabalho, uma vez que não haverá aumento
significativo da demanda.
Funcionários
Apenas
13% dos empresários consultados manifestaram a intenção de reforçar o quadro de
funcionários e, entre eles, 74% pretendem contratar de um a cinco funcionários
- efetivos ou temporários - e 19% ainda não sabem quantos pretendem admitir. A
principal motivação entre os que contrataram ou tem contratações previstas é
suprir o aumento da demanda (75%). Quatro em cada dez desses empresários (40%)
afirmam que os contratados serão formalizados pela própria empresa, porém 35%
afirmam que serão informais e 13% terceirizados.
Perspectivas
Ao
comparar as perspectivas deste ano com 2016, 22% dos empresários que terão mais
mão de obra acreditam que a contratação de funcionários para o final de 2017
será menor, 18% maior e 48% igual. Uma das justificativas para o número menor
ou igual de contratações é o não aumento significativo do movimento de clientes
no final deste ano (35%).
"Neste
fim de ano, a crise econômica deverá novamente inibir o volume das tradicionais
contratações de mão de obra temporária e também de trabalhadores
efetivos", conforme analise do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro
Junior.
"O
estudo revela que a tímida melhora do cenário econômico, promovida sobretudo
pela queda inflação, das taxas de juros e pela tímida melhora nos níveis de
desemprego, parece em alguma medida ter injetado boas expectativas nos
empresários brasileiros", afirma Pellizzaro. (Diário do Nordeste)
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