O Ceará alcançou US$ 220.336.278 em exportações do setor calçadista em 10 meses |
O setor calçadista cearense cresceu 8,8%
no acumulado de janeiro a outubro deste ano em relação a igual período de 2016.
O número é referente ao valor gerado com as exportações, que alcançou US$
220.336.278. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados
(Abicalçados). Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, ainda
há um longo caminho para afirmar que o cenário de crise econômica foi superado.
Mas, o Ceará continua na liderança na exportação de pares de calçados, com mais
de 37 milhões de peças vendidas ao exterior nos primeiros 10 meses deste ano,
um incremento de 3,9% em relação ao mesmo período de 2016.
Entretanto,
o valor desses embarques ainda é superado pelo Rio Grande do Sul, que gerou US$
376.534.326 no acumulado de 2017, comercializando quase 23,5 milhões de pares.
No ranking de valor exportado, além do Rio Grande do Sul e Ceará, São Paulo
segue na terceira posição ao gerar US$ 97.298.351 milhões com as exportações.
Em seguida aparecem Paraíba (US$ 57,9 milhões) e Bahia (US$ 40,4 milhões).
Corrente
de comércio
No
âmbito nacional, apenas em outubro foram gerados US$ 93,5 milhões com as
exportações de calçados, crescimento de 12,3% em relação ao mesmo período de
2016, quando o País gerou quase US$ 83,2 milhões com a venda dos produtos para
o exterior. "No último mês de outubro tivemos um sinal mais positivo de
uma retomada para uma demanda doméstica e no mercado internacional. Mas é
preciso que isso se consolide por mais seis meses", acrescentou Klein.
No
acumulado do ano, de janeiro a outubro, as exportações brasileiras de calçados
cresceram 13,3%, ao gerar US$ 890 milhões em divisas. "Nós tivemos alguns
momentos de oscilação nesse período e agora em outubro já começa a se
apresentar uma curva um pouco mais segura de crescimento", observou Klein.
Feiras
internacionais
Segundo
o presidente-executivo da Abicalçados, os números são reflexos dos bons
resultados gerados nas feiras internacionais do início do semestre.
"Certamente, os resultados seriam ainda mais expressivos se tivéssemos um
preço médio competitivo, pois com a valorização do real o nosso produto
encareceu 12% no exterior", ressaltou.
O
executivo acrescentou que, seguindo a dinâmica anual das exportações, o
segmento deve fechar 2017 com um leve crescimento nos embarques, "algo na
casa de 4% a 5%" em valores gerados.
No
ano passado os embarques geraram US$ 998 milhões. "Porém, não dá para se
apontar uma recuperação definitiva, já que o número está muito abaixo do
praticado em anos passados, caso de 2007/2008, quando os embarques geraram
quase US$ 2 bilhões. Tivemos uma perda de competitividade significativa nos
últimos dez anos, acentuada a partir da crise de 2009, as oscilações no câmbio
e a nossa própria incapacidade estrutural que onera o setor produtivo
brasileiro", avaliou Klein.
Países
compradores
Entre
os principais compradores dos produtos brasileiros estão os Estados Unidos (US$
153,8 milhões), Argentina (US$ 128,8 milhões), Paraguai (US$ 65,7 milhões),
Bolívia (US$ 54,5 milhões) e França (US$ 45 milhões).
No
acumulado, os norte-americanos seguem como o principal destino do calçado
brasileiro, tendo importado 8,6 milhões de pares por US$ 153,8 milhões, quedas
de 9,6% e 11,2%, respectivamente, em relação ao ano passado. "A queda nas
exportações para os Estados Unidos é reflexo da perda de competitividade, já
que é um mercado muito sensível a preço. Com o encarecimento do nosso produto,
é provável que estejamos perdendo ainda mais espaço para os asiáticos naquele
mercado", comentou Klein.
Demanda
interna e tendência
O
consumo no País tem mostrado uma tendência de recuperação, segundo o
presidente-executivo da Abicalçados. "Além das circunstâncias mais
favoráveis da economia, já se percebe uma recuperação do consumo interno".
De
acordo com Klein, o segundo semestre tende, historicamente, a apresentar
resultados melhores por conta das festas. "Esse período pode trazer uma
consolidação desse crescimento", afirmou.
Para
2018, o executivo afirmou que, pela lógica de mercado, os primeiros três meses
do ano podem trazer uma continuidade de crescimento nos embarques.
"Existem sinais bastante claros de que nós teremos uma recuperação tanto
na demanda doméstica e nos embarques ao exterior, mas é preciso que certas
condições se mantenham e se consolidem, como estabilidade institucional". (Diário do Nordeste)
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