O
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT/10ª) determinou que o Banco do
Brasil deve realizar novo concurso público para ingresso de servidores em um
período de até dois anos.
A
determinação se deve a um parecer sobre a situação de 6 mil escriturários
nomeados para cargos de nível superior por meio de seleção interna, sem
realização de efetivo concurso público.
A
Justiça permitiu a manutenção destes servidores nos cargos, desde que a
instituição promova a contratação de pessoal.
A
partir de agora, também ficam proibidas novas seleções internas ou nomeações
para cargos de confiança.
A
instituição ainda pode recorrer da decisão.
O
processo tramita na Justiça desde fevereiro de 2015, quando foram consideradas
ilegais as seleções internas, que promovem escriturários de nível médio para
cargos que exigem conhecimentos específicos de nível superior.
De
acordo com o parecer jurídico, na ocasião, havia sido quebrado o princípio de
ampla acessibilidade aos cargos, uma vez que pessoas habilitadas àquelas carreiras
não poderiam concorrer às vagas existentes, que estavam sendo preenchidas por
servidores de cargos de ensino médio, considerado inconstitucional.
Lucro e
falta de contratação
Mesmo
com o grande período de tempo sem realizar novo concurso público para escriturário
e outros cargos de nível superior, sempre justificando a crise como impedimento
para contratação de pessoal, de acordo com dados fornecidos pelo Sindicato dos
Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, a instituição fechou o
primeiro trimestre de 2017 com um lucro líquido ajustado de R$2,5 bilhões, o
que representa uma variação positiva de 95,6% em relação a igual período de
2016. Já o lucro líquido contábil no período foi de R$ 2,4 bilhões, o que
também corresponde a um crescimento de 3,6% em relação ao primeiro trimestre de
2016. Ainda assim, a instituição posterga a realização de novos concursos
públicos.
Ainda
segundo o sindicato, um dos motivos do bom desempenho se deve ao aumento de
tarifas, que contaram com elevação de 10,5%.
De
acordo com a dirigente do sindicato e funcionária do BB Silvia Muto "é
simbólico que um dos principais fatores que impactaram positivamente o lucro do
BB seja o aumento de tarifas, o encarecimento dos serviços à população. Isso
ocorre ao mesmo tempo em que reduz drasticamente o quadro de funcionários,
sobrecarregando bancários e precarizando o atendimento. Ou seja, o banco está
pagando mais caro por um serviço pior", diz.
Vale
lembrar que no final de 2016 a instituição promoveu um programa de demissão voluntária,
que contou com a adesão de 9.400 servidores. Com isto, foi feita a realocação
de 9.300 pessoas que tiveram seus postos extintos com a redução depostos de
atendimento.
Embora
ainda não exista uma previsão de quando um novo edital poderá ser publicado é
importante lembrar que, na ocasião, o presidente da instituição, Paulo Rogério
Caffarelli, disse que as seleções deveriam voltar a ocorrer após todo este
processo, tendo em vista que, segundo ele, a instituição conta com uma média de
2 mil saídas de funcionários por ano.
O
Banco do Brasil possui, atualmente, 4.972 agências e 1.781 postos de
atendimento e em outubro já havia iniciado o encerramento de 51 agências. Hoje
o BB conta com 109.159 funcionários, ainda sem considerar os 9.400 que devem
ser afastados nos próximos meses.
(Diário do Nordeste)
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