La Niña deve ser fraca e rápida na pré-estação chuvosa do Ceará. FOTO: André Costa - Diário do Nordeste |
Meteorologistas
consideram que, ainda na pré-estação chuvosa cearense, entre dezembro e
janeiro, deve se formar uma La Niña fraca, insuficiente para interferir na
estação que só começa em fevereiro de 2018. A previsão não tem relação direta
com a quadra chuvosa, já que o comportamento da Zona de Convergência
Intertropical (ZCI), sistema meteorológico responsável pela regularidade das
precipitações no Ceará, só pode ser definido no próximo mês. Mas sugere cenário
melhor do que o vivido pelo Ceará nos últimos anos de estiagem prolongada.
A
La Niña, ainda que atuando somente no primeiro trimestre do próximo ano,
deixaria o Ceará em situação melhor que a do ano passado (quando as condições
oceânicas eram neutras) e melhor ainda que a de 2015 (quando o fenômeno que
influenciava diretamente a queda d’água era o El Niño, responsável por
prejudicar a formação de nuvens e, consequentemente, de chuvas).
“La
Niña, quando ocorre com intensidade moderada, é favorável para precipitação”,
resume o meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
(CPTEC/Inpe), Diogo Arsego. Mas, segundo ele, o fenômeno que tem 70% de chance
de se formar entre janeiro e março de 2018 deve ser fraco e rápido. “Para a
próxima estação chuvosa, por enquanto, o indicativo não é dos melhores. E com
El Niño seria ainda pior”, argumenta. Contudo, adiantou que “El Niño para o
começo do ano, por enquanto, está descartado”.
Para
Raul Fritz, meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme), a La Niña seria importante para melhorar a situação de seca
se acontecesse entre março e abril, “os meses mais importantes da quadra
(chuvosa)”. Por outro lado, a tendência é que, logo após a dispersão do
fenômeno, os oceanos voltem à condição de neutralidade. E aí, não se sabe ao
certo o que esperar. “O Oceano Atlântico é que é importante. A definição dele é
que vai indicar se teremos boas chuvas ou não”, conclui o meteorologista.
Atualmente,
conforme os meteorologistas Arsego e Fritz, o hemisfério norte do Oceano
Atlântico Tropical está mais aquecido do que o sul, o que aproxima a ZCI do
norte e prejudica as precipitações no Ceará. Fritz esclarece, contudo, que o
comportamento é “normal para este período”. O esperado é que o sul esquente em
dezembro.
No
Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), o Ceará voltou a ter, em
setembro, todas as regiões com algum nível de criticidade da estiagem. No
último maio, fim da quadra chuvosa, o norte do Estado se mostrava sem seca
relativa.
Para entender
El
Niño
Caracteriza-se
pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e pelo
enfraquecimento dos ventos, o que prejudica a formação de nuvens e,
consequentemente, de chuvas.
La
Niña
Oposto
ao El Niño, o fenômeno representa o resfriamento das águas do Oceano Pacífico
Equatorial, o que cria condições favoráveis para a intensificação dos ventos. (O Povo)
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