O apresentador Luciano Huck anunciou nesta segunda-feira (27) que não pretende se candidatar à eleição presidencial de 2018. A manifestação veio por meio de um artigo publicado no jornal Folha de São Paulo e de comunicados ao PPS, com quem vinha conversando sobre sua filiação, e ao Agora!, movimento formado para pensar a política.

Em seu artigo, Huck afirma que "a hora é de trabalhar por soluções coletivas inteligentes e inovadoras, e não de focar o próprio umbigo ou de alimentar polêmicas pueris e gritas sem sentido". O apresentador da TV Globo também ressalta vai "atuar cada vez mais, sempre de acordo com minhas crenças, em especial com a fé enorme que tenho neste País". Por fim, finaliza: "Contem comigo. Mas não como candidato a presidente".

Huck tem uma reunião com o Agora! nesta segunda-feira. Ele também estará presente em um evento da revista Veja. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), afirmou que não foi informado por Huck de sua eventual decisão. Mas duas fontes com acesso ao apresentador contam que ele já teria concluído por não disputar.

Aprovação
Na última quinta-feira (23), a pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos revelou que a aprovação de Huck subiu para 60%, a maior entre todos os demais nomes cotados para a disputa presidencial do próximo ano. A partir da divulgação dos dados, as pressões para que o apresentador declarasse sua candidatura se intensificaram.

Huck teria decidido antecipar o anúncio de sua decisão do dia 15 de dezembro para esta segunda por temer que as pesquisas o colocassem num patamar que tornasse o recuo inviável. Embora o levantamento do Estadão-Ipsos não tenha relação com intenção de votos, ele reflete o potencial de crescimento do nome de Huck e seus interlocutores o alertaram disso.

Pesquisas internas encomendadas por Huck mensalmente também mostraram que, num cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele já aparece em segundo lugar, empatado com Marina Silva (Rede). Isso sem fazer campanha alguma.

O colunista do jornal O Globo Lauro Jardim também divulgou que, mesmo fora da disputa pela Presidência, Huck permanecerá ativo em movimentos cívicos, como o Agora! e o Renova BR. A TV Globo já havia informado que, assim como seus outros funcionários, o apresentador precisaria comunicar sua decisão com antecedência à emissora. Pessoas próximas do apresentador também afirmaram que a "pressão" da emissora e a opinião da mulher, a também apresentadora Angélica, teriam pesado na decisão final.

Propostas
Nos últimos meses, Huck conversou com partidos, como o PPS e o DEM. As duas legendas abriram as portas para o apresentador e, em momentos distintos, empolgaram-se com a hipótese de um candidato tão midiático e com potencial. As conversas com o DEM minguaram por influência do Agora!. A avaliação do movimento é de que o partido não representaria a necessidade de "renovação" propagada pelo grupo e não estaria disposto a ceder a legenda para candidatos de fora da estrutura partidária.


Já com o PPS, as conversas avançaram muito mais. No início do mês, Huck chegou a participar de uma reunião na casa do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, com Freire e Raul Jungmann, para sinalizar ao PPS que ela seria a legenda escolhida caso ele decidisse se candidatar. Com a negativa do apresentador, o partido de Freire deve se inclinar pelo apoio ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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