Para suprir a demanda pelo insumo, 393 mil residências
cearenses (13,7%) são abastecidas via poços, profundos
ou rasos, e cacimbas. FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Tomar um banho ou lavar a louça são tarefas simples do dia a dia que chegam a ser automáticas para algumas pessoas. Contudo, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), essa simplicidade não está assegurada no interior de 576 mil domicílios cearenses, que não estão interligados à rede de distribuição de água. O número representa 21% do total do Estado. Isso significa que um em cada cinco domicílios não possui água canalizada.

Levando em conta a Região Metropolitana (RMF), o mesmo percentual cai para 10%. Na Capital, apenas 3% dos domicílios não possuem distribuição. Para suprir a demanda pelo insumo, 393 mil residências cearenses (13,7%) são abastecidas via poços, profundos ou rasos, e cacimbas. Outras 17 mil buscam água direto em fontes e nascentes.

Outros dados da pesquisa dão conta de que 38% das residências cearenses - em números absolutos, são 1.076 milhões - não possuem distribuição diária de água, embora esse percentual caia para 18% na RMF e para apenas 6% na Capital. Em 17 mil residências de Fortaleza e outras 200 mil espalhadas pelo Ceará, os moradores só possuem abastecimento hídrico entre um e três dias por semana.

Saneamento

A Pnad Contínua também informa que 1.389 milhões (48%) dos domicílios do Estado não possuem escoamento por rede geral, pluvial ou fossa ligada à rede de coleta de esgoto. Na RMF, 33% das casas estão na mesma situação e, em Fortaleza, 18,5%. Dessa forma, o esgoto produzido é despejado de forma irregular em terrenos, canais, rios e lagoas, contribuindo para a poluição e para a proliferação de vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti.

Por se tratar da primeira vez que as características gerais dos domicílios foram levantadas pela Pnad Contínua, pesquisa mais recente do IBGE, não foram apresentados dados comparativos de anos anteriores desse indicador.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) está presente em 151 municípios do Ceará, com índice de cobertura de abastecimento de água de 98,23% em todo o Estado. Só na Capital, a cobertura de abastecimento de água chega à 98,65%. Já o índice de cobertura do sistema de esgotamento sanitário chega a 40,58% de todo o Estado. Na Capital, o índice é de 58,09%.

Investimento

Em nota, a Cagece informou que um dos maiores desafios das companhias de saneamento do Brasil "é superar a pouca disponibilidade de recursos para captação pelos órgãos financiadores, como a baixa adesão da população ao serviço de esgotamento sanitário". O órgão afirma que desenvolve um trabalho de conscientização dos moradores sobre a importância do uso do sistema para saúde e qualidade de vida.


Em Fortaleza, o índice de ociosidade da rede (não utilização embora ela esteja acessível) é de 12,4%. Já no Ceará, está em 21,30%. A Companhia ratifica que tem realizado ações com meta na universalização dos serviços de água e esgoto. Até 2019, deverá investir R$ 480 milhões em obras de melhoria e expansão em todo o Ceará.         (Diário do Nordeste)

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