Após
2018 iniciar com um peso no bolso ainda mais forte do valor da gasolina, que
saltou de R$ 4,07 para R$ 4,39 nos primeiros dias deste ano nos postos de
Fortaleza, o consumidor da Capital começa agora a perceber um leve recuo no
preço do combustível, que, nessa sexta-feira (12), já estava custando R$ 4,35
em alguns postos, uma redução de R$ 0,04 ou aproximadamente 1%. O valor,
contudo, ainda está longe do patamar observado antes do aumento, embora os
reajustes realizados pela Petrobras no preço da gasolina nas refinarias acumule
uma queda de 1,44% desde o início do ano.
O
levantamento mais recente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP), divulgado nessa sexta, aponta um preço médio de R$ 4,37 para o litro da
gasolina em Fortaleza. O valor médio no Ceará ficou em R$ 4,34. Com isso, o
Estado possui a gasolina mais cara da Região Nordeste, segundo a ANP.
Novo
reajuste
Também
nessa sexta, a Petrobras anunciou um novo reajuste, derrubando 0,70% do valor
da gasolina nas refinarias. Foi o quinto reajuste para baixo em 2018, ante três
para cima feitos pela estatal. O novo preço entra em vigor neste sábado (13). A
última baixa de preços havia ocorrido na segunda-feira (8), quando o valor caiu
1,6%. Desde então, o País sofreu três altas consecutivas, chegando à baixa
novamente na sexta.
Em
algumas localidades nas regiões Norte e Sudeste, inclusive, o preço da gasolina
nas bombas já chegou a ultrapassar a marca dos R$ 5, conforme o Diário do
Nordeste mostrou na edição dessa sexta-feira.
A
nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira estatal no dia
30 de junho de 2017. Com o novo modelo, a Petrobras afirma que espera
"acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de
importadores".
Em
vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas
as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além
da concorrência, na decisão de revisão de preços, a estatal alega que
"pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais".
Sindipostos
O
presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do
Estado do Ceará (Sindipostos-CE), Manuel Novais Neto, exime os revendedores de
culpa no preço do combustível nas bombas.
Conforme
ele, as variações diárias não estariam sendo repassadas no mesmo ritmo para os
motoristas cearenses.
"A
Petrobras quando fala e a imprensa quando noticia aumento de combustível o
pessoal só entende que é no posto. E na realidade, não é. Quando se anuncia uma
mudança de preço, o inicial é na refinaria. E o posto não compra da refinaria,
não pode comprar dela. O posto compra da distribuidora que é quem compra da
refinaria. Por isso que, da mesma forma, quando a Petrobras anunciou os
aumentos, eles não foram repassados", justificou, completando que a
situação toda é "um aprendizado longo e doloroso, mas que temos que passar
por ele".
Adaptação
Na
opinião de Novais, é preciso que todos se adaptem ao novo mecanismo e
compreendam sua volatilidade para evitar prejuízos. Conforme o presidente do
sindicato, não há muito o que fazer a não ser cumprir o que é determinado.
"A
tendência é continuar assim (reajustes diários), não existe um horizonte à
vista, perspectiva de mudança. Ao que tudo indica, se não houver uma influência
política muito grande, (a metodologia) veio para ficar. E não é bom ter
influência política, pois sempre que ela vem, só atrapalha. Estamos vivendo
esse momento agora por causa da influência política do passado. Não fosse, não
teria essa maluquice, que para a situação de hoje, a gente estranha. Passamos
dois anos no governo Dilma sem mexer em preço. Quando a Petrobras resolveu
mudar, veio essa loucura", afirmou.
O
Sindicato relata, ainda, que 47% do valor do combustível é formado de impostos
federais e estaduais. Segundo a entidade, o tributo estadual ICMS responde por
29%, enquanto os federais Cide, Pis e Cofins abocanham outros 18%. São outros
26% relativos ao valor pago às refinarias e 12% do custo do etanol anidro. Por
fim, os 15% restantes servem para cobrir os custos de transporte e o lucro para
as distribuidoras e os postos. (Diário do Nordeste)
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