Mosquito Aedes aegypti |
Os
episódios de morte de macacos por febre amarela em
parques de São Paulo registrados nos últimos meses voltaram a preocupar os
cearenses e o restante do País sobre o ressurgimento de casos urbanos da
doença. Em entrevista ao Diário
do Nordeste, o infectologista pediátrico Robério Leite, do Hospital São José (HSJ),
destacou que o Ceará possui barreiras naturais contra o surto da infecção na
Região Sudeste, mas que o risco de ocorrências não é zero.
De
acordo com o boletim divulgado na última terça-feira (9) pelo Ministério da Saúde, desde
julho do ano passado até o dia 8 deste mês, foram confirmadas 11 ocorrências de
febre amarela e 4 óbitos no Brasil, sendo 2 em São
Paulo, 1 em Minas Gerais e 1 no Distrito Federal. O Ceará não tem
registros.
Segundo
o especialista, a teoria mais aceita por pesquisadores sobre o recente aumento
de casos no Sudeste é a existência de corredores ecológicos com a presença de primatas não humanos por
onde tem circulado o vírus da doença no País.
"Ao
que parece, a Região Nordeste tem condições naturais para que esse surto não
chegue. Temos uma proteção natural em relação a isso, então nossa situação é
mais confortável nesse ponto de vista", ressalta Robério.
No
entanto, o infectologista observa que o Ceará já teve epidemia de febre amarela no século 19,
mostrando que o Estado possui características facilitadoras de propagação da
doença. Conforme documentos do Instituto do Ceará, os primeiros casos da doença
foram registrados em 1851, em municípios como Quixeramobim, Baturité, Pacatuba, Aquiraz e a
própria Capital.
A
existência de um vetor potencial no Estado, Aedes aegypti, também contribui
para uma possível disseminação da doença. "Não podemos dizer que o risco é
zero. Porque, com a presença e o descontrole em relação em relação ao Aedes, o
Estado importar casos e, a partir daí, estabelecer um vínculo epidemiológico
não é impossível de acontecer", diz Robério Leite.
Vacinação
Diante
do cenário favorável, o infectologista destaca que a única prevenção é a
imunização de pessoas que devem viajar para áreas de recomendação da vacina.
Neste ano, o número de locais que exigem proteção foi ampliado,
abrangendo os estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia.
A lista completa de municípios com indicação está disponível no site do Ministério da Saúde: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela
Para
quem pretende se ir a um desses destinos, a vacina contra a Febre Amarela é
disponibilizada nas seguintes unidades de saúde de Fortaleza: posto de saúde
Paulo Marcelo (Centro); Centro de Saúde Escola Meireles (Meireles); posto de
Saúde Robero Bruno (Fátima) e posto de Saúde Messejana (Messejana). (Diário do Nordeste)
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