Com
7.631 investidores cadastrados na Bovespa, o Ceará é o 12º estado do País com o
maior número de participantes pessoa física na Bolsa de Valores e o terceiro do
Nordeste. Ao todo, os cearenses detêm R$ 1,6 bilhão em ações, o que corresponde
a um investimento per capita de R$ 213,6 mil, ante R$ 274,1 mil da média
nacional. Do volume total alocado pelos investidores cearenses, R$ 1,01 bilhão
estão nas mãos de 6.222 investidores homens e R$ 0,62 bilhão nas de 1.409
mulheres.
No
entanto, embora abrigue 4,4% da população do País, o Ceará conta com apenas
1,23% dos participantes do mercado acionário brasileiro. E o valor detido pelos
cearenses (R$ 1,63 bilhão) corresponde a 0,96% do total (R$ 169,9 bilhões). Mas
apesar da baixa participação dos cearenses na Bolsa, o número de investidores
vem crescendo acima da média nacional, e as perspectivas para 2018 é de
continuidade desta tendência.
Em
2017, o número de investidores no Estado apresentou um crescimento de 16,7%,
com o aumento de 17,8% de investidores homens e de 12,0% de mulheres. No mesmo
período, o Brasil apresentou um crescimento de 9,8%, sendo 10,1% de homens, e
de 8,8% de mulheres, somando, em dezembro de 2017, 619.625 investidores, dos
quais 477.887 homens e 141.738 mulheres.
Potencial
"Esse
é um mercado que ainda tem muito para crescer no Ceará", diz Raul dos
Santos Neto, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef
Ceará).
"E
nós, juntamente o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e a
Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de
Capitais), temos um projeto para 2018 exatamente para incentivar as pessoas
para sair um pouco da zona de conforto, que é a poupança e a renda fixa, onde
estão cerca de 80% das pessoas", diz.
"Então,
a ideia é que, durante esse ano de 2018, a gente traga à tona uma discussão
sobre alocação de recursos", acrescenta Raul dos Santos.
Queda
dos juros
Entre
os fatores que deverão contribuir para a continuidade do crescimento da base de
investidores em ações no País é a queda da taxa básica de juros (hoje em 7% ao
ano) que derrubou a rentabilidade dos investimentos mais populares, como os
fundos de renda fixa. Com isso, o investidor interessado em uma maior
rentabilidade deverá recorrer a outros tipos de ativos, como na renda variável,
para alcançar seu objetivo.
De
acordo com os analistas consultados semanalmente pelo Banco Central para o
Boletim Focus, a expectativa é que a taxa Selic feche 2018 a 6,75%, com uma
inflação de 3,85%, fazendo com que a rentabilidade real dos investimentos
atrelados à Selic fiquem em torno 2,8%.
Segundo
Raul dos Santos, um dos desafios para que mais pessoas no Estado invistam em
ações é a desconfiança gerada pela volatilidade do preço dos ativos,
especialmente no curto prazo. "Apesar de haver muitos apaixonados pelo
mercado de ações no Ceará, mesmo esses investidores ainda são tímidos. O volume
transacionado é muito baixo. As pessoas entram no mercado de ações buscando
emoções, desafios, ganhos no curto prazo. Ainda não há uma cultura de que esse
é um investimento de longo prazo. Mas isso está mudando". (Diário do Nordeste)
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