Cinturão das Águas recebe repasse de R$ 65 milhões. FOTO: André Costa |
Juazeiro
do Norte.
O Ministério da Integração Nacional repassou, no último dia 28 de dezembro, R$
65 milhões para as obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Com o valor, o
orçamento previsto no cronograma anual foi cumprido. No entanto, cerca de R$
42,5 milhões serão para pagamentos das construtoras que trabalharam entre
outubro e dezembro de 2017. Até a próxima semana, estas dívidas serão quitadas.
O restante, cerca de R$ 22,5 milhões, servirá para execução nos meses de
janeiro e fevereiro.
O
dinheiro será aplicado no Trecho 1, que possui cinco lotes, mas será
concentrado no eixo emergencial, nos lotes 1, 2 e 5. Com 53Km de extensão e 68%
concluídos. Este setor, de canais, túneis e sifões, levará água do Rio São
Francisco até o Açude Castanhão, que abastece Fortaleza. Toda a primeira etapa,
que vai de Jati até Nova Olinda, tem 149Km e pouco mais da metade foi feito.
O
lote 1 está 87% concluído e possui 285 trabalhadores. Já o lote 2, que está com
52% de suas obras prontas, terá um aumento de mão de obra. Antes, eram 100 homens,
agora, em janeiro, 322 estarão contratados. Enquanto o lote 5, que são túneis,
é o mais avançado, já tendo sido feitos 93% do previsto. Lá, trabalham 481
pessoas. Os lotes 3 e 4 estão parados, mas apresentam 19% e 4,2%,
respectivamente.
Segundo
a Superintendência de Obras Hídricas (Sohidra), a previsão é de que, até maio
de 2018, estes 53Km sejam concluídos e a água possa chegar até o Riacho Seco,
em Missão Velha. De lá, percorrerá 13Km até o Rio Salgado, seguindo por
gravidade até o Rio Jaguaribe, que abastecerá o Açude Castanhão - hoje, com
menos de 3% de sua capacidade.
O
diretor de águas superficiais da Sohidra, Antônio Madeiro de Lucena, acredita
que, com uma vazão de 12m³/s da Transposição do Rio São Francisco, garantiria
água para Fortaleza. "Mesmo que haja perda de água no trajeto de,
aproximadamente, 3m³/s, a capacidade do Castanhão poderia dobrar da atual em
até dez meses recebendo água", garante.
Antônio
Lucena acredita que, com um repasse de R$ 20 milhões mensais, dá para entregar
o eixo emergencial neste primeiro semestre de 2018 e retomar os lotes 3 e 4.
"De Jati a Brejo Santo são pequenos serviços. O lote 2 é que está bem
atrasado, mas agora terá mais homens. Por outro lado, com as chuvas, não
adianta contratar porque só vamos trabalhar no duro a partir de abril",
explica.
Somando
o último repasse, o Governo Federal fecha 2017 com R$ 209,5 milhões investidos
no CAC. A entrega da quantia está sendo acelerada no último biênio, onde o
montante já atingiu R$ 469,3 milhões, quase o dobro dos anos de 2014 e 2015. De
acordo com o Ministério da Integração, o recurso tem sido intensificado pela
preocupação com a seca que o Ceará vem passando no últimos anos.
Segundo
a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), reuniões periódicas estão sendo
realizadas com o Ministério da Integração Nacional, em Brasília, para garantir
os prazos da obra. Dentre das pautas destes encontros, está o cronograma dos
repasses para 2018, que ainda será elaborado. A expectativa do governo cearense
é receber o próximo aporte em março.
Visita
Preocupado
com a chegada das águas ao Açude Castanhão, o governador Camilo Santana
visitou, no último dia 23 de dezembro, as obras da Transposição do Rio São
Francisco. De helicóptero, o chefe do Executivo cearense foi até Salgueiro (PE)
e sobrevoou a construção. Em seguida, pousou em Jati e, de lá acompanhou, de
carro, os lotes em construção do CAC até Missão Velha.
Transposição
A
Transposição do Rio São Francisco é que segue incerta. Nas obras do eixo-Norte,
que levará água até o CAC, o cenário é de paralisação ou ritmo lento, com
reduzido número de operários e ausência de máquinas, em Penaforte (CE) e
Salgueiro (PE). Em alguns trechos, o mato já toma conta do eixo central do
canal. Havia a promessa do Ministério da Integração de o trabalho acontecer em
três turnos, incluindo a noite, mas, em Salgueiro, por exemplo, as obras só são
tocadas pela manhã. (Diário do Nordeste)
Postar um comentário