Com poucas chuvas no mês de janeiro, em Altaneira, no Cariri, a Lagoa de Santa Teresa continua seca. FOTO: João Alves |
No
mês de janeiro, é comum historicamente a região do Cariri cearense apresentar o
maior volume de água. Entretanto, neste ano, as precipitações estiveram 26,6%
menores que o normal, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme). Abaixo, inclusive, das macrorregiões do Maciço de Baturité
e Litoral de Fortaleza.
As
cinco cidades no Cariri que registraram o desvio negativo mais atípico foram
Penaforte (-82,5 mm), Jardim (-64mm), Porteiras (-57,8mm), Brejo Santo
(56,2mm), Santana do Cariri (-52,7 mm) e Altaneira (-52,5mm). Por outro lado,
apenas três cidades na Macrorregião, acompanhada pela Funceme, tiveram chuvas
acima da média: Granjeiro, Lavras da Mangabeira e Baixio.
Dá
para notar sem muito esforço a ausência de chuvas, no começo deste ano, na
paisagem do sertão. Em Altaneira, por exemplo, apesar de não sofrer com falta
de abastecimento nas residências, a lagoa de Santa Teresa acumulou pouca água.
Na
zona rural, os agricultores não plantaram as sementes recebidas pelo Governo do
Estado, porque a terra está seca. "Choveu só seis dias em janeiro. A
maior, 38 mm, no começo do mês. De lá pra cá, foi muito pouco. A expectativa
dos agricultores é a quadra invernosa", explica o secretário de
Agricultura, Antônio César Cristóvão.
A
situação mais grave é em Jardim, que teve, apenas, 41 milímetros de chuvas no
mês passado. Na comunidade Fazenda Nova, a 15 km da sede e vizinha de Cedro
(PE), foi onde mais choveu, enquanto as demais localidades sofrem sem água.
"A
chuva ainda não levantou a autoestima dos trabalhadores. Quando o dia não está
nublado, já desanima. As sementes já foram entregues, mas a roça ainda está
muito acanhada", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
do Município, Francisco Alves, conhecido na região como Chico Alves.
Ele
explica que, há bastante tempo, a cidade tem dificuldades de abastecimento, já
que seus reservatórios têm pouca água e, o pouco que têm, está poluído. Mas a
presença de poços profundos e algumas fontes, no pé da Chapada do Araripe,
aliviou a situação junto dos carros-pipa. "Tá muito fraco, ainda. As cisternas
não pegaram água nessas chuvas", completa Chico.
Rapidamente
Segundo
o supervisor da unidade de Tempo e Clima da Funceme, Raul Fritz, a
irregularidade nas chuvas no período de Pré-Estação acontecem porque os
sistemas meteorológicos se formam rapidamente, de um dia para o outro.
"Podemos observar uma variação na condição meteorológica de sol e céu
claro para, repentinamente, uma condição de chuva", explica. (Diário do Nordeste)
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