Taxistas da rodoviária sentiram o impacto dos serviços
da Uber, diz motorista. FOTO: Normando Sóracles-Site Miséria
Ativo há sete meses em Juazeiro do Norte, os serviços do aplicativo Uber ainda causam dor de cabeça aos taxistas da região. É o que diz o motorista de táxi  Cícero Brasil, pertencente à cooperativa que atua na rodoviária da cidade. Para ele, não é possível competir com quem cobra tão pouco. 

"Um dia fui fazer o teste", confessa. O homem que prefere ter o nome preservado, trabalha há alguns anos dirigindo táxi em Juazeiro do Norte. Ele conta não ter acreditado quando viu que uma viagem de sua residência até um ponto específico no Centro custou apenas R$ 6,75, taxa mínima para as "corridas" com o Uber. "Qualquer taxista cobraria de R$ 25 a R$ 30" pelo mesmo percurso, reconhece.

"Não temos força o suficiente para continuar lutando contra o Uber porque a opinião pública está com eles, não temos como competir", diz ainda o profissional. Fazem parte da cooperativa na rodoviária 33 taxistas, nenhum deles tem escala certa de trabalho. "Se o camarada quiser, trabalha 24 horas por dia aqui, e ninguém reclama", confessa.

Para torna-se competitivo, alguns motoristas costumam flexibilizar as taxas e acabam negociando diretamente com o passageiro o valor da viagem. Mesmo com taxímetro instalado no veículo, por diversas vezes é mais vantajoso a quem dirige estabelecer o preço médio sem utilizar o aparelho.

A Lei 12.468 de 26 de agosto de 2011 diz que em Municípios com mais de 50 mil habitantes é obrigatório o uso de taxímetro, "anualmente auferido pelo órgão metrológico competente, conforme legislação em vigor". O último censo feito pelo IBGE, em 2017, indica população superior a 270 mil pessoas em Juazeiro do Norte.

Desde que passou a funcionar na cidade em 29 de agosto do ano passado, o Uber gerou incômodo na categoria. Assim como aconteceu em diversas partes do país, taxistas argumentaram os impostos pagos em detrimento da ausência de taxas para que os parceiros da Uber disputassem os mesmo clientes.

No dia 19 de setembro do ano passado, um motorista que oferecia os serviços do aplicativo teve o seu carro depredado quando deixava um passageiro no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes.

Segundo o condutor, a abordagem ocorreu instantes antes de sua passageira descer do carro. Ele conta que conseguiu avistar dois homens, mas não soube identificá-los (há suspeita que sejam taxistas que trabalham no posto de táxi do aeroporto).         (Site Miséria)

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