Crato e Juazeiro são escolhidos para controlar tuberculose.
FOTO: Reprodução-Internet
Crato e Juazeiro do Norte se somam a outras cinco cidades cearenses, escolhidas pelo Ministério da Saúde, como prioritárias para o controle da tuberculose. As duas cidades registraram 50 novos casos da doença, desde o ano passado. O Ceará já contabiliza mais de 80 pessoas afetadas e duas mortes somente nos dois primeiros meses de 2018.

A escolha de Crato e Juazeiro como municípios prioritários se deve ao fato de a região do Cariri ser uma área endêmica, com elevado número de casos de doenças como tuberculose, hanseníase e leishmaniose. Os dois municípios caririenses traçam planos de ação para reduzir a quantidade de pessoas afetadas.

Em Crato, as ações realizadas para o controle da doença são promovidas em hospitais e postos de saúde. Elas envolvem médicos, enfermeiros, dentistas, entre outros profissionais. A perspectiva é de redução de pelo menos 30% de registros da doença este ano, diante das notificações de 2017. De acordo com a coordenadora do setor de epidemiologia cratense, Daniele Norões, os profissionais passam por oficinas de sensibilização e capacitação sobre a doença. “Apresentamos o panorama epidemiológico, fazemos um manejo clínico com os médicos para diagnósticos e tratamentos para tentarmos melhorar a qualificação do processo de trabalho”, explica.

“Queremos fortalecer a busca desses sintomáticos na Atenção Básica, para detectarmos o mais precocemente possível e tratar, quebrando a cadeia de transmissão”, enfatiza. Em Juazeiro, os pacientes acometidos pela tuberculose são acompanhados a cada dois meses. A assistência se estende à família. Conforme a coordenadora do serviço de tuberculose no Município, a médica Francineide Landim, quando tem alguma suspeita, é avaliada a possibilidade de já haver algum caso entre os familiares. “Sempre que tem algum caso, aparece outro naquela família”.

O setor também realiza um levantamento de casos por bairros para detectar as localidades mais frequentes no registro da doença e, assim, efetivar ações de controle e prevenção. Estas abrangem o fortalecimento da vigilância epidemiológica, ampliação do acesso ao diagnóstico precoce, manutenção da taxa de cura, entre outras.

Desafios

Um dos principais desafios apontados pelas coordenadoras é o abandono do tratamento. Em Crato, a taxa maior é de moradores de rua, que deixam de lado o controle da doença logo após os primeiros sintomas desaparecerem. Em Juazeiro, a falta de veículos para visitas domiciliares também contribui para que os pacientes se afastem do tratamento.

“O problema maior é o abandono. Quando isso ocorre, o paciente fica liberando bacilos e contaminando o ambiente. É muito difícil acabar a tuberculose por isso: pelos casos de abandono ou pela demora em fazer o diagnóstico”, garante Francineide Landim.

(Jornal do Cariri)

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