Caso não decole, Henrique Meirelles cogita aceitar ser vice na chapa de Temer. FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom-Agência Brasil |
O
ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, decidiu deixar o cargo no início de abril, filiar-se ao MDB e
tentar viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Segundo
a reportagem apurou, o ministro bateu o martelo na sexta-feira (23), em
conversa com o presidente
Michel Temer, e indicou os nomes dos secretários da pasta, o
cearense Mansueto Almeida (Acompanhamento Fiscal), e Eduardo Guardia
(Secretaria-Executiva) para sucedê-lo.
Guardia
tem mais simpatia da equipe econômica e é o favorito para o cargo.
Meirelles
vai migrar para o partido de Temer mesmo sem a garantia de que será o nome da
sigla ao Planalto.
Na
conversa com o presidente, de acordo com aliados, o ministro disse saber
que não tem
a preferência dentro do MDB para a candidatura, mas que
quer tentar se viabilizar até a decisão final do inquilino do Palácio do
Jaburu, em junho.
Caso
não decole, Meirelles cogita aceitar
ser vice na chapa de Temer. Na semana passada, quando rumores
sobre essa possibilidade começaram a crescer no Planalto, o ministro não
rechaçou, de início, a ideia. "Não fui convidado [para ser vice].
Trabalharei com fatos. Vamos ver", disse à Folha de S.Paulo na quarta
(21).
Quem
ecoa a tese de uma chapa puro sangue no MDB admite que hoje não há outro nome
que queira compor com Temer e sua baixíssima popularidade -6%.
Em
entrevista à revista "IstoÉ", neste fim de semana, o presidente
reforçou sua disposição de concorrer em outubro para, segundo ele, defender o
legado de seu governo. Afirmou que seria "uma covardia" não disputar
à reeleição, já que precisa mostrar "o que tem sido feito".
Missão
cumprida
Em
conversas recentes com auxiliares, Meirelles disse que "cumpriu uma
etapa" ao assumir a Fazenda durante a recessão de 2016 e que, mesmo reconhecendo que
suas chances de ser eleito são pequenas - ele tem apenas 2% nas pesquisas -,
acredita que deve assumir o risco.
Aos
72 anos, o ministro considera que pode ser sua última oportunidade de
disputar uma eleição presidencial.
O
anúncio oficial de sua renúncia deve ser feito no dia 2 de abril, antes de
Meirelles viajar para dois eventos no exterior - em Portugal e nos EUA - na
próxima semana.
Ele
deve ficar no cargo até 6 de abril, sexta-feira. No sábado (7), termina o prazo
para que candidatos deixem seus postos no governo.
Nas
últimas semanas, Meirelles se reuniu com Temer diversas vezes para conversar
sobre o cenário
eleitoral. Deixou claro que queria ser o candidato do MDB à
Presidência, mas ouviu que não era possível garantir que ele ganharia o aval da
sigla.
Ao
contrário de Meirelles, que precisava deixar o cargo até 7 de abril se quisesse
concorrer às eleições, o presidente tem tempo e aposta no aumento de sua
popularidade até meados de junho para definir se vai entrar ou não na disputa.
Hoje,
Temer tem 1% das
intenções de voto, segundo o Datafolha.
Um
dos principais auxiliares do presidente, o ministro Moreira Franco
(Secretaria-Geral) é o grande entusiasta de sua candidatura à reeleição e, em
uma das conversas com Meirelles, disse que o MDB era "complexo", que
ele era "bem-vindo" na sigla, mas que não seria possível prometer
nada sobre a vaga de candidato agora. (Folhapress)
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